Sempre evitei falar de mim,
falar-me. Quis falar de coisas.
Mas na seleção dessas coisas
não haverá um falar de mim?
Não haverá nesse pudor
de falar-me uma confissão,
uma indireta confissão,
pelo avesso, e sempre impudor?
A coisa de que se falar
Até onde está pura ou impura?
Ou sempre se impõe, mesmo
Impuramente, a quem dela quer falar?
Como saber, se há tanta coisa
de que falar ou não falar?
E se o evitá-la, o não falar,
é forma de falar da coisa?
João Cabral de Melo Neto
Postado por Juliana.
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Um comentário:
Du,
lindo, isso. parece uma parte do "A paixão segundo G.H.". Acabei d ler agora.
A Clarice eh doida! hahah
Mt bom, mt bom, mt bom!!!!!!!!
Bz!
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