quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O internetês vai acabar com a língua portuguesa?

Escrever um texto na internet utilizando palavras abreviadas é um atentado à nossa língua? Quem digita dessa forma contribui para “acabar com a língua”?
A língua atende à necessidade do momento. Existem variações lingüísticas, utilizadas na fala e na escrita, de acordo com a situação em que o falante se encontra ou para a qual o texto se destina.
Não podemos dizer que uma pessoa do interior de Minas fala incorretamente. Ela fala um dos dialetos existentes no Brasil. Não existe língua padrão, por isso, nenhum dialeto é mais correto que o outro.
O que existe é uma norma, que aparece na Gramática, um manual que descreve a língua e prescreve algumas regras. Elas são aplicadas quando precisamos utilizar a variação formal da nossa língua, como, por exemplo, no trabalho.
Em uma reunião entre amigos, geralmente escolhemos a variedade informal para nos comunicarmos. Da mesma forma, na internet, ao escrevermos e-mails para amigos, scraps ou textos em blogs pessoais, adotamos uma variação lingüística adequada para aquele meio ou ocasião.
A adoção de determinada variação lingüística é como a escolha da roupa melhor indicada para cada momento.
Estranho seria se escrevêssemos um bilhete ao amigo empregando a segunda pessoa do plural, o vós! Estaríamos indo à praia de longo ou black tie. Da mesma forma, escrever um e-mail a um cliente ou fornecedor digitando as palavras de forma incompleta seria como ir a um baile calçando havaianas.
Então, a língua é um sistema flexível, com o qual as diversas formas de expressão conseguem ser externadas, por meio da fala, escrita ou sinais, em suas diversas variedades.

Postado por Juliana.

Aniversário e Reveillon




Adeus ano velho e um paradisíaco 2008.

Postado por Juliana. Foto: Juliana. Morro de São Paulo, dez, 2007.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Ano Novo

Ano-novo
Meia-noite. Fim
de um ano, início de outro. Olho o céu:
nenhum indício

Olho o céu:
o abismo vence o olhar. O mesmo espantoso silêncio
da Via Láctea feito um ectoplasma
sobre a minha cabeça
nada ali indica que um ano novo começa.

E não começa
nem no céu nem no chão do planeta:
começa no coração

Começa como a esperança de vida melhor
que entre os astros não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho estelar
que sonha
(e luta)

Ferreira Gullar

Postado por Patrícia

domingo, 9 de dezembro de 2007

Gentileza

GENTILEZA gen-ti-le-za Sf 1 ato ou gesto que revela cortesia, oferta ou concessão: retribuir uma gentileza 2 característica de quem é gentil; amabilidade: A gentileza baiana é famosa. 3 cortesia; delicadeza: Marcelo tinha grande gentileza. por g. usada no discurso direto para introduzir solicitação ou pergunta; por favor: Por gentileza, passe-me o sal. Ant grosseria.*

O mundo de hoje, do século XXI, está me parecendo cada vez mais cruel, com tantas atitudes inexplicáveis, como o caso do assalto a um padre e uma professora de catequese, ocorrido recentemente aqui no Brasil. E são tantos outros. Episódios de intolerância, violência, corrupção.
Seria difícil encontrar explicações para esse comportamento humano, que nos leva a externar nosso lado ruim, aquele que é capaz de causar dor no outro, seja ela de que tipo for. Certamente, porém, entre tais explicações estaria o individualismo.
Nos falta perceber e compreender o significado de República. A palavra se refere, obviamente, ao que é público. A rua, o parque municipal, o transporte, a praça, a escultura que está na praça. Tudo isso pertence a toda a população da cidade. No entanto, não recebem tratamento de bem coletivo. As coisas que não estão dentro de uma residência particular não são percebidas como nossas e, menos ainda, como do outro, que frequenta o mesmo espaço público.
Assim, vemos pichações de muros, depredação de orelhões, pontos de ônibus e elevadores, vemos lixo no chão e, até as pessoas são tratadas como coisa. Coisa sem valor, sem história, sem sentimento, sem bagagem cultural, sem voz.
Apesar de tudo, muita gente, ao longo da história da humanidade, nos passou mensagens de gentileza urbana e convivência mundial pacífica. Hoje assisti ao espetáculo do "Circo Gentileza" e me lembrei do profeta Gentileza, cantado por Marisa Monte (no disco "Memórias, crônicas e declarações de amor")e do "Teatro Mágico".
É muito bom ter contato com a arte dessas pessoas porque dá a impressão de que resta esperança para o ser humano.

*BORBA, Francisco S. (Org.). Dicionário UNESP do Português Contemporâneo. São Paulo: Editora UNESP, 2004.

Postado por Juliana.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007


E Santa Clara clareou!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Música

Chove forte em BH há dias. O Sol amanhece bonito, um calorão à tarde e... a água desce no fim do dia com gosto, relâmpagos e tudo mais. Não estamos muito preparados, nas cidades, para receber as chuvas fortes que a natureza manda. As ruas ficam alagadas. A energia elétrica acaba e, em consequência, os semáforos param de funcionar, deixando o trânsito ainda mais enrolado, os computadores desligam, levando embora arquivos não salvos. Somos muito frágeis nas cidades. Não mencionei os desabamentos, as enchentes, os acidentes nas estradas.
Poderíamos procurar diminuir este impacto, por exemplo, não jogando lixo na rua, e em todos os outros lugares impróprios a isso, como os terrenos baldios. Evitar, também, utilizar os carros (não só nos dias de chuva), ter maior prudência ao dirigir em pistas molhadas e não construir em zonas de risco.
Bom, hoje tem UAKTI, de graça, na grama da Reitoria, como parte das comemorações dos 80 anos da UFMG.
Santa Clara, clareai!

Postado por Juliana.

escrita: Miopia

escrita: Miopia

domingo, 2 de dezembro de 2007

Dezembro


Bom fim de ano a todos nós.

Postado por Juliana.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Dúvidas apócrifas de Marianne Moore

Sempre evitei falar de mim,
falar-me. Quis falar de coisas.
Mas na seleção dessas coisas
não haverá um falar de mim?

Não haverá nesse pudor
de falar-me uma confissão,
uma indireta confissão,
pelo avesso, e sempre impudor?

A coisa de que se falar
Até onde está pura ou impura?
Ou sempre se impõe, mesmo
Impuramente, a quem dela quer falar?

Como saber, se há tanta coisa
de que falar ou não falar?
E se o evitá-la, o não falar,
é forma de falar da coisa?

João Cabral de Melo Neto

Postado por Juliana.

domingo, 25 de novembro de 2007

Livro da Anna Ly

Era o encontro de boas-vindas à Anna Ly, que chegou da Espanha. Para mim, era a despedida do meu amigo Alfredo, que viajou para o Nordeste, em busca de si mesmo, e do que todos nós buscamos: o significado das coisas. Estávamos no apartamento da Letícia, uma pessoa muito bacana. Então, nós quatro ficamos conversando sobre muitas coisas durante a noite, tocando violão, pandeiro, tomando vinho, beliscando tira-gostos, até as três da manhã.
Nessa ocasião, a Anna Ly nos apresentou seu livro, “Desenrolando a língua”, para o público infantil e juvenil. Ela lia os trechos do livro, cantava as músicas do cd e eu me sentia em uma degustação de letras deliciosa. No livro ela mostra a influência que a língua portuguesa recebeu de outras línguas, como a francesa, inglesa, as africanas e indígenas. E no cd, o leitor pode, por meio da música, brincar com o que aprendeu nas páginas escritas.
O lançamento de “Desenrolando a língua” será dia 01 de dezembro a partir das 14 horas na Livraria Manuscritos – cinema Belas Artes e dia 04 de dezembro a partir das 19 horas no Cozinha de Minas.

Postado por Juliana.

sábado, 24 de novembro de 2007

O Jogo do Livro VII: Escolhas em Jogo

O título deste texto é o nome do evento bienal que acontece na Faculdade de Educação da UFMG. Este ano, estiveram lá reunidos escritores, professores, editores e leitores, nos dias 21 a 23 de novembro.
Na conferência de abertura, Magda Soares inverteu intencionalmente o foco do título do evento, ao falar sobre “o jogo das escolhas”. Ela centralizou sua intervenção nos processos envolvidos nas escolhas, isto é, o que nos faz eleger determinado texto? No caso dos professores, como é possível escolher um texto para o outro? E, como resultado de sua reflexão, aparece um dos fatores levados em consideração nesse jogo: a diversão. O texto deve entreter, seduzir.
Na mesa “Escolhas do vestibular”, o professor Luiz Carlos Junqueira Maciel perguntou, em seu provocador artigo, por que é que determinados autores sempre aparecem nas listas dos indicados ao vestibular e outros, nunca. O professor José Américo de Miranda Barros, que participa da elaboração da prova de Literatura do concurso da UFMG, responde que o valor pesa na balança das escolhas. O cânon não pode deixar de ser lido pelos que pretendem conhecer a Arte. Se isto acontecer, segundo o professor, a obra não deixará de ser clássica; quem perde é o próprio leitor, ao escolher textos de literatura menor. (abrirei um parênteses porque não gosto deste termo. Quando classifica-se um texto como literário, não se pode falar em comparações do tipo: menor ou maior. Feita a classificação, a qualidade é inerente a todos eles. Me lembro da mesa sobre Romance Noir, no Fórum das Letras, em que os escritores disseram que tratam dos mesmos temas recorrentes em outros romances: condição humana, conflito etc. No entanto, este fato passa desapercebido ou, talvez, nem chega a ser averiguado e constatado e, então, o pré-julgamento, por ser o caminho mais fácil, acaba se sedimentando).
As escolhas de editores infanto-juvenis me pareceram ser as mais apaixonadas, as escolhas do coração. Pudera, uma vez que a mesa era composta por Maria Antonieta Cunha, Maria Mazzarelo, Rosa Amanda Strausz (do site Doce de Letra, recém-extinto, muito ativo durante dez anos) e Annete Baldi. Rosa disse que, uma vez, escolheu um livro lindo, uma versão em cordel, com ilustrações de primeiríssima. Colocou o maravilhoso livro no meio de vários outros em cima de uma mesa, para que as crianças dessem suas opiniões. Ao pegarem o tal livro, belíssimo, segundo a editora, todas as crianças diziam a mesma coisa: “Esse é chato.”. E ela, então, perplexa, voltava-se para eles e dizia: “Peraí! Vocês nem leram! Vamos abrir o livro.” Depois de folhear as páginas, observando apenas as ilustrações, os pequenos em coro: “É chato, mesmo!”. Na última tentativa de convencê-los de que o livro era bom, Rosa leu a estória para eles e só neste momento a opinião começou a mudar. Rosa percebeu que havia uma imensa pedra no caminho entre o leitor infanto-juvenil e a obra literária: uma pedrona chamada capa. Rosa percebeu, também, que a linguagem considerada banal pelo adulto, contida em um original de baixa qualidade e até com erros ortográficos, pode fazer um sucesso imenso com o público, pelo fato de falar do cotidiano, de fatos que realmente acontecem em suas vidas, como, por exemplo, o surgimento de uma espinha no rosto. Rosa comentou a dificuldade de se desvincular o livro literário da escola. Não existe mercado independente de Literatura infantil e juvenil, que exista para o prazer destes leitores e não, em função de uma obrigação, a prova de Português e Literatura. Mazza falou dos livros que têm como tema o preconceito racial e citou Antonieta Cunha como importante mediadora do processo de aceitação, nas escolas, dos livros da Mazza. Annete Baldi leu trechos de livros da Projeto em que estão presentes a poesia, a brincadeira, o envolvimento do escritor com o universo infantil, com o folclore e os costumes brasileiros. Antonieta Cunha disse que “a melhor coisa do mundo é... – um gole de água e, chorando, – editar.”. Essa frase foi dita depois de ela ter contado as peripécias de cerca de sete mulheres amadoras envolvidas em uma paixão: a editora Miguilim. Para Antonieta, editar é transformar um papel em uma obra de arte.
Temos diversas opções de escolha na encruzilhada das prateleiras das livrarias e bibliotecas. Contamos com alguns direcionadores: o tio que gosta de ler, os pais, o amigo que é leitor voraz, a FNLIJ, os professores de Literatura... mas se a gente quiser seguir nosso instinto, é só ir até a biblioteca pública, olhar as etiquetas das prateleiras, fazer um empréstimo, aproveitar a leitura e emitir um parecer próprio. Assim, vamos, aos poucos, sabendo quem é nosso autor, nosso texto (conto, poesia, romance...), e nosso ilustrador preferidos. No final, temos tantos desses nomes, que é impossível ler todos. Assim, há que se peneirar! Afinal, a vida é muito breve.

“A arte existe porque a vida não basta”
Fernando Pessoa

Postado por Juliana.

sábado, 17 de novembro de 2007

Texto do Arcebispo Helder Câmara. Um olhar sobre a cidade, RJ. Civilização brasileira, 1977.

Como a lua nos lembra o que se passa conosco!
Não há quem tenha seus dias de lua cheia! Tudo correndo bem, saúde boa, família em paz, todos se entendendo e se amando. Se não há dinheiro sobrando, não há dinheiro faltando...
Também não há quem tenha seus dias de lua minguante...A saúde meio emperrada, incompreensões e aborrecimentos em casa, no trabalho, entre amigos, desilusões, cansaço de viver...
Mas volta a lua crescente...volta a esperança. Tudo continua mais ou menos, na mesma. Talvez até pior. Mas, por dentro, há mais coragem, mais força!
E o que nos vale é que variam, de pessoa a pessoa os dias de fossa, os dias de esperança, os dias de alegria plena...Por que, então, não temos paciência uns com os outros e não nos ajudamos mutuamente? Mas, em geral, quem anda em lua minguante tem até raiva de quem anda em lua cheia. Acontece, também, que quem anda em lua cheia, em geral, não tem olhos nem tempo, nem paciência para ficar ouvindo lamúrias de lua minguante...
Ah! Se conseguíssemos o ideal de manter permanentemente em nós o espírito da lua crescente, o espírito da esperança.
Há quem m plena fase da lua cheia anda triste. Há pessoas que, em lugar de aproveitar a felicidade que têm nas mãos, tornam-se incapazes de aproveitá-la, porque ficam o tempo todo pensando que a felicidade é passageira, vai acabar, já está acabando.
Em plena lua cheia, quando o desânimo chegar, vamos expulsá-la, pensando:
- É verdade. Nem sempre será lua cheia. Virá a lua minguante. Mas a minguante passará a crescente e, de novo, a cheia.
Quando nos convenceremos de que é ingratidão deixar que a esperança se apague dentro de nós?...Guardem o título de um livro de poemas, que vale como um programa de vida: FAZ ESCURO, MAS EU CANTO! Sim.
No meio da maior escuridão, em pleno vôo cego, sem enxergar um palmo diante dos olhos, mesmo aí, mesmo assim, temos que manter viva a esperança.
FAZ ESCURO, MAS EU CANTO
!

É interessante notar o emprego da palavra lua para designar o humor das pessoas. Na nossa língua, a expressão “Fulano é de lua” é bem familiar nas conversas informais entre amigos. Em francês, existem as expressões “bien luné” e “mal luné” para indicar a boa ou má disposição de espírito de alguém. O texto acima me motivou a escrever sobre essas mudanças de humor que temos no decorrer de um período de tempo, da mesma forma que a lua muda de fase. O interessante é perceber que essa mudança não se refere somente a determinadas pessoas. Todo o mundo é de lua... Há momentos em que nos sentimos tristes. Outros, em que nos sentimos alegres, e nossos humores vão se alternando. O que o autor enfatiza é que não devemos perder a esperança nos momentos de tristeza. Assim, quando a lua minguante estiver chegando, não nos esqueçamos de que a lua cheia está por aparecer.

Postado por Patricia

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria."

Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 13.

Postado por Juliana.
Ao meu querido Maurício.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Miopia


A uma certa altura do terceiro ano do segundo grau, comecei a sentar nas cadeiras da frente para conseguir enxergar melhor o que a professora escrevia no quadro. Experimentei os óculos de uma colega, a Bia (que não se chama Beatriz) e aí... vi tudo! “A miopia é hereditária, você herdou de sua mãe”, disse o médico. Começava minha vida de portadora de óculos e lentes de contato.
As lentes de contato são um negócio caro e chato de manusear. Além disso, irritava muito meu olho, resumindo: não me dou bem com lente. Naquela época de colégio, eu achava lindo usar óculos e aparelho ortodôntico. Hoje em dia, me sinto totalmente anti-sexy de óculos, mas sou obrigada a usar, porque larguei as lentes de vez (sim, porque eu chegava a jogá-las fora, onde estivesse, tamanha era a intolerância que me causavam). Outra coisa: o tal do 'Opti-free' está pela hora da morte e os colírios lubrificantes, que têm como objetivo tornar o uso mais confortável, custam os olhos da cara. Sendo assim, fico só com os óculos, mesmo.
Terça-feira a Pat fez uma consulta em família (irmão, mãe e tia), no oftalmologista. Saíram da clínica os quatro com a pupila dilatada, sem enxergar normalmente! A Pat tinha dez graus de miopia no passado. O irmão dela tem três e se submeteu à cirurgia ontem, com grande sucesso.
Ano passado, lendo a coluna da Ana Elisa Ribeiro no Digestivo, cheguei, através dos comentários, ao texto da Daniela Castilho. Se, naquela época, eu já tivesse sido operada, sentiria uma enorme claustrofobia com aquelas palavras. Se bem me recordo (não voltei ao texto), ela realmente acha lindo e lírico enxergar tudo embaçado. Diz que há formas de se compensar a miopia e ver certos aspectos da vida com outros sentidos, diferentes da visão.
Assim, lembrei-me da aula de Literatura Comparada de título: Grandes problemas de gente pequena: os conflitos de Miguilim. O personagem roseano é de uma especial percepção. Curioso acerca de “questões de adulto”, deixa a mãe até sem respostas, o que a leva a simplesmente dizer que o ama demais. E quando um moço de óculos chega ao Mutum, acontece o que experimentam todos os míopes: a surpresa da nitidez do mundo.
Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. O Mutum era bonito! - agora Miguilim via claramente.


Postado por Juliana.


Foto: Juliana.


quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Nunca cometo o mesmo erro duas vezes

Já cometo duas
3
4
5
6

Até esse erro aprender

que só o erro tem vez.

Paulo Leminski


Postado por Juliana.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Uma viagem ao tempo - PARTE II


Domingo andei por uma parte da cidade que ainda era nova para mim. Na região da estação do trem fica o Centro de Convenções e a Reitoria da UFOP. Dessa vez eu vi Ouro Preto com outros olhos, totalmente outros. Percebi melhor a beleza da cidade. Lá, tudo é desenhado. Não há um só cantinho onde não haja um capricho, um "rebusque"*, uma arte. As janelas e os lustres, então, são, para mim, marcas registradas. Ah, sim! Em Ouro Preto não há varanda, e sim, sacada. Reparei nisso, também. Minha sandália rasteira escorregava pelas pedras do calçamento, enquanto os carros gastavam seus freios ou engatavam a primeira marcha, escorregando, como eu, no pé-de-moleque.
Na tarde de domingo, parti para uma viagem à escrita, por meio de falas de autores como Ondjaki, Ricardo Lísias, Miguel Gullander, Marçal Aquino e Tony Bellotto. Os temas das mesas eram diferentes, mas todos eles disseram uma coisa: a ferramenta do escritor é a imaginação. O que move e inspira é a própria Literatura, são os livros que lemos e admiramos. Assim, aproveitamos a tradição literária e partimos para a originalidade (não como uma obsessão). A própria vida é original em si, cada pessoa é única e, então, não pode falar de assuntos sempre os mesmos, porque vivem o seu tempo. Daí, afirmar-se que não está tudo escrito, nem tudo feito.
Patrícia Reis – não a minha amiga Pat, que quer acabar com a língua portuguesa (veja o ótimo texto dela aqui no blog!) – escritora e jornalista portuguesa, comparou o livro a um bilhete de viagem. Miguel Gullander, sempre utilizando provérbios e metáforas, disse que a palavra seria uma ponte. Ela aponta para algum lugar e pode apontar para lugares diferentes, dependendo do leitor, permitindo que ele acerte em coisas que estão à distância.
Ricardo Lísias respondeu afirmativamente à pergunta: “Você é um autor engajado?”. Sua literatura é uma resistência à banalização, ao espetáculo, ao mau-gosto. A atenção aos temas políticos e ao contexto social no qual está inserido está presente em sua obra.
Com características singulares, cada um com sua voz, os autores escrevem, todos eles, sobre o amor, sobre a relação com o outro. No romance noir, há um certo estigma de literatura menor, em que há um assassino, um detetive e um morto. No entanto, sob a superfície do clichê existem personagens em conflito interior e interacional, motivados por fortes emoções ou torpores, gerados a partir de uma mente que inventa uma nova realidade, capaz de envolver inevitavelmente quem se dispõe a com ela pactuar.
O que é a escrita literária? Um jogo de sedução entre autor e leitor. Para Francisco José Viegas, a literatura policial é um gênero cujo objetivo é criar insones, contando algo que deixe alguém sem dormir.
E, afinal, o que são o amor e a sedução, senão emoção, jogo e olheiras?


*rebuscamento.
Postado por Juliana.

Uma viagem ao tempo - PARTE I




No feriado de 02 de novembro encontrei-me, sem planejar, com o passado histórico, o presente de descobertas e o futuro da criatividade humana. Fui a Mariana e de lá, na Maria Fumaça, cheguei em Ouro Preto.
Mariana é uma gracinha de cidade, a primeira capital de Minas. Possui a beleza da arquitetura colonial e das obras de artistas locais nos ateliês de escultura em madeira, porém, encontramos ali uma tranquilidade gostosa, que talvez não se acha, especialmente no feriado, em outras cidades que fazem parte de roteiro turístico. A estação do Trem da Vale foi o que mais me encantou. Conserva o “ar de antigamente”, incluindo o moderno, de forma muito amigável. Há uma biblioteca com acervo de 4.000 livros, periódicos e DVDs e também, acesso à internet. O vagão Café é uma sacada muito bacana. É um café-restaurante simples e ao mesmo tempo sofisticado, que torna a espera pelo trem um momento super agradável. Chegada a hora da partida, embarca-se em vagões com bancos de madeira bem conservados e ouve-se o conhecido apito de trem, aquele da onomatopéia! Em movimento, é interessante notar que o barulho que o trem faz é exatamente: “café-com-pão, café-com-pão, café-com-pão...”, uma delícia! Uma vez fiz a viagem de Tiradentes a São João Del Rei na Maria Fumaça. O caminho é bem mais bonito, não há tantos túneis e estreitezas, os trilhos percorrem uma paisagem mais aberta. No entanto, o charme da estação de Mariana é imbatível.
Em Ouro Preto, a hospedagem em uma pousada com sacadas e amplas janelas foi um privilégio! Em frente, a igreja Nossa Senhora da Conceição e a república “Sem Destino”, nome sugestivo para quem entra na faculdade, – tantos são os caminhos a que levam os cursos – mais ainda para quem se forma! Sábado à noite, assisti a uma das coisas mais bonitas de toda a minha vida: o concerto da Orquestra Experimental da UFOP, com a participação de músicos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, no belíssimo interior da igreja vizinha à pousada. Na mesma noite, quem quisesse poderia optar pela música popular, uma vez que na rua da Casa dos Contos rolava um samba, parte da programação do Fórum das Letras.





Postado por Juliana. Continua...

Foto: Juliana.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Pessoas mais que especiais

Eu estava pensando nesses dias como algumas pessoas marcam nossas vidas. Algumas chegam devagarinho, começam com um papo meio sem assunto, depois lhe perguntam uma coisa aqui, uma coisa ali, e de repente, quando você nem se dá conta, elas já o conquistaram. Com outras, às vezes ocorre o contrário, nós é que ocupamos o lugar de “predadores”. Quando o outro menos espera, damos o nosso bote fatal. O engraçado é a certeza que temos de que aquela pessoa vai ser importante para as nossas vidas. Por um simples olhar ou uma conversa rápida já temos indícios da possível amizade que surgirá… E quando tal sentimento se concretiza, que alegria! Parece ser tesouro em nossas mãos. Dá um medo de perder e uma vontade de cuidar com o maior carinho. Falamos delas com muito orgulho e detestamos ouvir qualquer crítica ou desmerecimento em relação a essas pessoas. E como nossa vida fica mais feliz! Como é gostoso compartilhar momentos com amigos. O riso fica sem limites, uma situação engraçada é motivo para longas gargalhadas, gerando a sensação de que fizemos uns 10 abdominais, de tanta dor na barriga. Aos amigos que conquistei nesses anos, dedico esse pequeno parágrafo. Lembrei de muitas pessoas quando escrevia, obrigada por existirem!

Postado por Patrícia.

Língua portuguesa em perigo

Sabe-se que a “Escrita Brasil” realiza trabalhos de revisão e tradução de textos nas línguas portuguesa e inglesa. Pois bem, parece até contradição, mas uma das integrantes dessa organização (a própria autora desse artigo) está sendo acusada de tentativa de extermínio da língua portuguesa. Ora, antes de interpretações premeditadas, deixe-me explicar o fato. Além disso, quero já dizer que sou ré confessa. Bem, há algum tempo comecei a utilizar as palavras no diminutivo, era bem espontâneo, e no início eu não percebia muito essa utilização. Passado algum tempo, meus familiares (especificamente meus irmãos), começaram a reparar e me dizer: “Tudo que você fala é no diminutivo: carninha, pãozinho, travesseirinho, beijinho, tchauzinho etc...”
Depois dessa observação, comecei a reparar o fato e percebi como utilizo essa flexão de grau no meu vocabulário! A partir desse costume, aconteceram duas situações muito engraçadas. A primeira foi quando fui entregar uma calça jeans para o meu namorado e disse, muito espontaneamente: “Aqui sua calcinha”. Logo após a minha fala, ele comentou minha intenção de acabar com a língua portuguesa. Algumas semanas depois, a situação se inverteu, ele passou a sentar comigo no banco dos acusados. Estávamos juntos na fila do cinema, e ele pisou no pé de uma moça. Para se desculpar, ele disse a seguinte frase: “Desculpe, pisei no seu pezinho”. Logo após, ele percebeu como essa frase não era adequada para a ocasião, olhamos um para o outro, e rimos bastante. Agora posso dizer que não sou a única com intenções de acabar com a língua portuguesa...

Postado por Patrícia.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Emoção

Desde pequena, nas férias com meus tios e tias na rua das Laranjeiras, no Rio, estou na platéia do teatro. Me lembro de uma peça infantil com a Lucinha Lins, em que ela fez uma brincadeira comigo na saída e me fez rir. Também me marcou a peça Capitães da areia, em que o ator Victor Hugo fazia o Sem-perna. Eu, pré-adolescente, havia me apaixonado pelo Pedro Bala ao ler o livro do Jorge Amado no colégio e saí de lá com um broche da peça e tudo! Confissões de adolescente, peça da Maria Mariana, com a Ingrid Guimarães, foi outra lembrança boa da minha -agora já- adolescência. Fui com minha irmã e uma amiga que havia convidado para passar férias comigo na casa dos meus tios “nas” Laranjeiras. Quando se é adolescente sempre tem isso, não é: “Chama uma amiguinha sua pra ir...” Pois, é.
Ao virar adulta, meu gosto caiu mais no cinema. Desenvolvi uma certa resistência ao teatro. Há anos não assistia a uma peça legal. Uma ou outra do FIT, em BH, ou a Terça insana valeram à pena. Só aparecia nos teatros do Palácio das artes para ver o Grupo Corpo ou apresentações musicais. No fim de semana que antecedeu o último feriado, fui à Praça da Liberdade ver a exibição do DVD de Romeu e Julieta com o Grupo Galpão em Londres. Fiquei fascinada pelo figurino e pela sensibilidade de interpretação do elenco.
Essa semana, aqui na UFMG, eles estavam em frente à Reitoria. O espetáculo era Um Molière imaginário. Foi lindo e muito engraçado! Houve improviso nas falas dos atores, proporcionando uma interação boa com o público. Estava todo mundo sentado desconfortavelmente na grama ou no chão, próximo ao palco; um calorão danado, mas a Lua e as estrelas estavam lá e a emoção era enorme.
O Galpão aqui e eu nem sabia! Ainda bem que minha amiga Flávia me chamou! A gente até saiu na foto!


Postado por Juliana Galvão. Foto: Felipe Zig.

sábado, 13 de outubro de 2007

Osso duro de roer


Essa semana o diretor José Padilha estava "em todos" os programas de debate da Rede Cultura. No Roda Viva, no Observatório da imprensa, enfim, estamos todos comentando o filme Tropa de Elite.
Muita gente já assistiu ao pirata e repetiu a dose no cinema. Foi o caso de uma amiga minha, que fez sessão pirata em casa com amigos e foi comigo ao cinema ontem, dia da estréia em Vitória.
O filme é excelente. Os atores estão muito bem e a impressão que tive foi a de que os testes para atores devem ter sido como uma peneira bem fina. O capitão Fábio é engraçadíssimo em sua fraqueza de caráter. Neto é apaixonado por sua profissão e o capitão Nascimento, um macho duro de matar, implacável com os traficantes e com "quem ajuda traficante", como ele diz.
Tropa de Elite mostra a falta de ética na polícia do Rio de Janeiro. Sabemos que essa falta acomete a polícia brasileira em geral e pede uma atitude no sentido de reestruturar a instituição, mais ou menos como Neto fez na oficina: organização, resolução, destino certo para verbas.
Impressiona o curso de formação dos futuros integrantes do BOPE: um treinamento para a violência, através da violência.
A questão debatida por mim, minha amiga e minha irmã, na saída do cinema, foi a da legalização das drogas.
Como arte, o filme dá orgulho (pelo menos a mim, sim, como brasileira).

Mas, Falcão cantando na hora do letreiro... Argh! Tanta trilha mais interessante...



Postado por Juliana. (No site do DCE UFMG: Repórter Internauta, "A fila do quentão e o Brasil").

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O Jogo do Livro VII: Escolhas em Jogo

Que livros indicar para leitores crianças e jovens? Nossas escolhas seriam as mesmas desses leitores? Por que os vestibulares selecionam certas obras e não outras? Que escolhas fazem as editoras para as suas publicações? E as que fazem escritores e ilustradores quando pensam no leitor do livro que escrevem/ilustram? Por que motivos professores ou bibliotecários da Educação Básica escolhem as obras que indicam aos alunos? Que critérios orientam especialistas da literatura para crianças e jovens nas escolhas dos livros que farão parte dos acervos das bibliotecas escolares?
O GPELL – Grupo de Pesquisa do Letramento Literário do Ceale/FaE/UFMG – buscando respostas para essas e outras perguntas, convidou pesquisadores, professores, bibliotecários, escritores, alunos, editores, entre outras pessoas envolvidas no circuito do livro e da leitura, para a sétima edição do Jogo do Livro. Em mesas redondas, oficinas e palestras, desta vez o evento tratará das escolhas literárias, focalizando o tema nas suas diversas instâncias, com a finalidade de melhor compreender seus processos e repercussões na formação de leitores.

As informações se encontram no site da FaE ou da Fundep.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Da amizade

O mais importante na vida de uma pessoa é a amizade. A gente sempre pode contar nos dedos quantos amigos tem, tal a raridade deste sentimento. Uma verdadeira jóia. Os amigos estão perto, mesmo quando a distância física impede um abraço e o olhar dentro dos olhos. Basta um contato por telefone, ou virtualmente, e a resposta chega rápido, toda contente e familiar.
As pessoas se tornam amigas. É uma escolha, a partir de afinidade, confiança, admiração. Amigos de infância, vizinhos, primos, colegas de faculdade, de trabalho, professores, irmãos, pai, mãe, esses são nossos amigos, se assim quisermos. E sabemos reconhecê-los pelo comportamento em relação a nós. Amigo elogia, dá puxão de orelha, conversa, ri junto, te faz companhia, quer dividir, dar e receber atenção, e tudo isso sem obrigações impostas. O que se deve fazer já se sabe e flui de uma forma muito natural. Amizade. Um sentimento natural, livre, elegante pela simplicidade, descomplicado, nobre.
Achei muitíssimo interessante o que o Dr. Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta, disse em uma entrevista no programa Leila entrevista, da Rede Minas:

"A amizade é um tipo de aliança muito mais sofisticada porque não busca a fusão e sim a aproximação de duas criaturas que tenham importantes afinidades e interesses em comum. Nossa parte adulta estabelece vínculos respeitosos e ricos em intimidade, que correspondem à amizade. Nossa parte infantil tende a estabelecer um elo único com outra pessoa, em relação à qual passamos a ter expectativas similares àquelas que tínhamos de nossa mãe. Não tenho dúvidas a respeito: amizade é um processo muito mais adulto do que chamamos de amor".

A amizade é um laço bonito que o ser humano tem a capacidade de fazer.
Ao meu amigo Dwight.
Postado por Juliana.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Dias de Semana

Nomes dos dias de semana

Espanhol Francês Latim Português Inglês

Domingo Dimanche Dies Solis Domingo Sunday
Lunes Lundi Dies Lunae Segunda-feira Monday
Martes Mardi Dies Martis Terça-feira Tuesday
Miércoles Mercredi Dies Mercuri Quarta-feira Wednesday
Jueves Jeudi Dies Iouis Quinta-feira Thursday
Viernes Vendredi Dies Veneris Sexta-feira Friday
Sábado Samedi Dies Saturni Sábado Saturday

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

...pelas ruas de Santa Tereza

TESOURO DA JUVENTUDE
Tavinho Moura e Murilo Antunes

A pedalar

Camisa aberta no peito
Passeio macio
Levo na bicicleta
O meu tesouro da juventude
Passo roubando fruta de feira
Passo a puxar meu estilingue
Vai pedra certeira no poste
Passa um veterano
E já cansado
Herói de guerra
Grito: Lá vem a bomba!
E meu tesouro me leva
Pelas ruas de Santa Tereza
A pedalar
Encontro amigo do peito
Sentado na esquina
Pula, pega garupa
Segura o bonde ladeira acima
Ganha o meu tesouro da juventude
Ainda que a cidade anoiteça
Ou desapareça
Piso no pedal do sonho
E a vida ganha mais alegria
Ganha o meu tesouro da juventude
Que foi em Pedra Azul
E em toda parte
Onde tive o que sou

Disco: Contos da Lua Vaga, de Beto Guedes, 1981.


Postado por Juliana.





domingo, 16 de setembro de 2007

Santa Tereza

Sábado à noite meu amigo Jomar me ligou dizendo que havia sido convidado a cantar em um festival na praça de Santa Tereza. Se eu quisesse aparecer, o som começaria lá pelas nove. Cheguei muito tarde e perdi o momento artista do Jomar. Nos encontramos por acaso no bar onde artistas amadores e profissionais pegam do violão e cercam-se de vocalistas desafinados ou não, fazendo aquela gostosura da noite mineira. Esse bar tem uma parede-estante de livros, uma garçonete chamada Graça e sapatos andando no teto. De lá fui para o Aristóteles, onde não havia violão, mas vozes e também papéis, rascunhos de letras e melodias. Na praça, lá pelas tantas (a partir das duas), começa o ótimo samba da madrugada. Na outra esquina, rola o sacolejante SamBacanaGroove. Esse foi meu itinerário ontem, mas é claro que há mais deliciosos pontos para se curtir a noite nas ruas do bairro que reuniu Lô, Beto, Milton, Tavinho e vários outros jovens no final dos anos 60, conforme está escrito na placa do museu do Clube da esquina, que vi hoje à tarde, depois de tomar sorvete na praça e uma água com gás no Bar Temático.
Santa Tereza é um bairro musical.

Postado por Juliana Galvão.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Escrita

"Escrever não é um dom. Ninguém nasce sabendo escrever."
Regina Scarpa
Diretora Pedagógica da Fundação Victor Civita

Postado por Juliana Galvão Marques.

Leitura

A primeira vez que li Guimarães Rosa foi por indicação do Pedro, meu professor de Literatura na UFES. A grande mestra Ione já havia indicado Manuelzão e Miguilim na escola, mas eu nem liguei. Comecei, pois bem, na faculdade de Letras, com o conto Meu tio, o Iauaretê. Na primeira leitura tive a sensação de estar dinte de um texto em outra língua. Não era o meu Português. Uma leitura mais calma e atenta me fez perceber que eu lia o Português brasileiro, mas a linguagem era outra. Era diferente de todas as outras que eu já havia conhecido. Apresentei um trabalho sobre "Meu tio", fazendo até algum paralelo com Grande sertão: veredas, sem ter lido (até hoje) esta "Bíblia" do Gazu e de muitos outros pesquisadores. Depois, o segundo contato, três anos mais tarde. A convite do David, que me emprestou Primeiras Estórias, li Um moço muito branco. Não entendi nada. Li de novo. Não entendi. Li de novo. É a coisa mais bonita que eu já li. Esse feriado, voltei ao começo do livro, para lê-lo inteiro. Com o passar dos dias, vou amadurecendo e num desses, quem sabe, chego ao "calibre" de ler o Grande sertão: veredas. Queria lê-lo numa casa do lago, onde eu estivesse por uns meses, só com essa incumbência minha. Uma casa igual à daquele filme cujo nome eu esqueço. Ah! Simplesmente amor. Guimarães Rosa é bonito demais.

Postado por Juliana.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Seguindo em frente

É preciso sofrer depois de ter sofrido e amar, e mais amar, depois de ter amado.

Guimarães Rosa.

domingo, 9 de setembro de 2007

Apresentação

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