A tia Mariazinha brincava de boneca com a gente. Entrava em nosso mundo de criança e se encantava com as peças de teatro junto com a gente. Incentivava a brincadeira e a alegria. Enchia a geladeira de ameixas, maçãzinhas, danoninhos. Abastecia a casa de coisas das quais gostávamos. Ensinava a fazer bala delícia e a ir a pé para o Largo do Machado. Ensinava a pegar ônibus e a nunca esquecer de levar a sombrinha e os lanches. Ela apoiava todas as nossas escolhas. Estava presente nas comemorações de todas as conquistas. Na primeira comunhão, lá estava ela. Viajava com o fusquinha do Rio até Minas. Uma vez, dirigiu até lá só para levar o filhote de cocker que havíamos ganhado da Mariana. Ela decorou nossas noites de Natal com sua roupa de Papai Noel e, dentro do saco de presentes, todos os nossos sonhos escritos em cartinhas eram concretizados. Há oito anos, eu não tenho mais a tia Mariazinha. Hoje, ela ficou em paz e liberdade, junto a Deus. Mas sempre, para a eternidade, serei uma pessoa premiada de uma forma muito especial, porque tive a minha tia Mariazinha.
Postado por Juliana.