sábado, 9 de agosto de 2008

Sherazade


Sherazade, para escapar da morte, que vinha pela manhã, após cada noite de prazer que o rei desfrutava com as mulheres do reino, contou histórias a ele. Os contos eram envolventes e criativos, o que aguçava a curiosidade do ouvinte. Sherazade deixava o final de seus contos sempre em suspense. Assim, conseguiu evitar que o rei a sacrificasse, uma vez que ele esperava ansioso pela continuação da narrativa e pela próxima história.

Os contos do livro As mil e uma noites são estruturados como histórias em cadeia, em que cada conto termina com uma deixa que o liga ao seguinte (Wikipedia, 2008).
Assim é a obra Sherazade (2007), do artista Hilal Sami Hilal, nascido em Vitória, cidade onde seus trabalhos foram expostos, no Museu da Vale. Agora, Sherazade está na Galeria Arlinda Corrêa Lima, no Palácio das Artes, como parte da exposição Biblioteca.

Livros cujas páginas desembocam em outro livro, cujas páginas desembocam em outro livro, cujas páginas desembocam em outro... formam uma rede de interligações entre textos, entre informações. A obra lembra intertextualidade. A relação entre o que já foi registrado e o que ainda vai ser escrito.

Toda a cultura, incluindo a produção literária, dialoga com outro texto, relativizando a questão da autoria (Paulino, G.; Walty, I.; Cury, M. Z., 2005). Em Sherazade, a impressão é de que, o que uma pessoa leu, apareceu em outro livro e assim por diante. E a leitura, como a escrita, revelam-se atos coletivos, realizados por meio do repertório individual, formado por memórias, bagagem e trocas.

Referências:
PAULINO, Graça; WALTY, Ivete; CURY, Maria Zilda. Intertextualidades. São Paulo: Formato, 2005.

________. As Mil e uma Noites. Disponível em:
< http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Mil_e_uma_Noites#Refer.C3.AAncias>. Acesso em: 09 de agosto de 2008.


Postado por Juliana.



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