No dia em que meu avô me perguntou se eu iria para Belo Horizonte de garupa, achei engraçada essa expressão. Demorei alguns segundos para compreender o significado, mas logo “caiu a ficha”, certamente ele estranharia esse meu termo. É interessante notar a transformação do vocabulário de uma língua. Algumas palavras são usadas em determinadas épocas, já outras existem por um longo tempo.
A palavra casquete, originária do francês, parece ter sido empregada na nossa língua, um tempo atrás, para designar boné. Entretanto, se utilizarmos essa palavra numa conversa entre jovens, certamente alguns irão estranhá-la. Da mesma maneira, é engraçado ouvir se vamos encontrar nossos brotos, ou se vamos paquerar. Para quem nasceu na geração do “ficar”, essas antigas expressões nos dão uma idéia de pureza que destoam do vocabulário de nossos dias. Outra palavra que não é tão usual para a geração jovem é o termo “colosso”, que significa algo muito bom, espetacular.
É estranho pensar que daqui a alguns anos, expressões com que estamos habituados serão esquisitas para a futura geração. Frases como “Ele tem a manha” e termos como “falou” (no fim das conversas com o significado de “tchau”), assim como “véio”, usada nas conversas entre adolescentes com o significado de amigo, parece que não terão um tempo de uso muito longo.
Porém, pode ser que minha intuição esteja errada e uma criança chegue perto de mim e fale: Falou vovó! Nesse momento, espero que eu me lembre desse pequeno artigo.
Postado por Patrícia
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