O tormento com as palavras (Mergulhados no ostracismo)
A prática da escrita requer um esforço persistente da pessoa. Nem sempre conseguimos colocar em palavras o que nós queremos dizer. Há escritores brilhantes que com poucas palavras nos emocionam com suas sensibilidade e clareza. Entretanto, parece que mesmo bons autores enfrentam uma relação conflitante com a escrita. Tal prática requer um árduo trabalho mental, não é algo espontâneo que surge de repente, uma simples inspiração. Talvez possamos presenciar algo, ver algum evento ou uma paisagem que nos desperta a vontade de escrever, mas esses fatos são só ferramentas, o ato de escrever necessita mais do que isso.
Minha professora de português costumava dar redações para treinarmos a escrever. No momento em que ela ia retornar nossos trabalhos, ficávamos bastante ansiosos. Esperávamos receber a nossa redação com o escrito “Maravilha”, esta era a classificação máxima que poderíamos obter.
No momento em que fui realizar vestibular, adotei uma técnica que não empregaria atualmente. Primeiramente, percebi que os temas que as universidades requeriam não mudavam tanto. A maioria das provas sugeria que escrevêssemos sobre um assunto relacionado com educação, globalização, ou com questões sociais do mundo. Depois de praticar alguns temas em casa, pensei em um título e em uma estrutura para minha redação. Interessante que ela se adaptava a quase todos os enunciados. Nunca esqueci o título que escolhi: “Mergulhados no ostracismo”. Essa última palavra havia se consolidado no meu vocabulário dias antes de tê-la escolhido. Gostei dela, achei a mesma diferente e bonita, e poderia causar um impacto interessante nos examinadores. No primeiro parágrafo, introduzia o mito da caverna de Platão. Essa era minha outra tática. Que examinador não ficaria surpreso em ver um vestibulando citando trechos filosóficos? Após essa introdução, escrevia mais três parágrafos e, finalmente, a conclusão.
No meu primeiro vestibular, obtive nota quase máxima em redação. Foi um sucesso, comecei a ficar confiante nessa minha tática. Entretanto, após realizar mais vestibulares, minhas notas em redação não foram tão boas. Eu mesma achava que não merecia uma nota tão boa. Afinal, minhas redações estavam padronizadas. Sentia um desconforto em escrever sempre o mesmo título: “Mergulhados no ostracismo”. Se, atualmente, tivesse de me preparar para uma prova de redação, tentaria praticar mais minha escrita. Talvez tentasse escrever parágrafos ou textos cotidianamente, leria bastante jornais e livros clássicos de autores de língua portuguesa. Não seguiria um padrão ou dicas que limitam a criatividade. Faria um esquema antes de começar a escrever, e depois colocaria no papel minhas idéias.
Uma dificuldade que ainda tenho na prática da escrita refere-se às minhas conclusões, parece que termino o trabalho de forma muito súbita. Preciso desenvolver melhor isso. Mas, apesar de saber dessa minha limitação, fico feliz em saber que meu título pode ser outro que aquele do ostracismo...Engraçado, acho que esse termo foi bastante utilizado nas minhas redações, mas nunca o empreguei em outro momento de minha vida. Deixei minha criatividade vencer e espero contar com ela nos meus próximos sacrificantes e compensadores escritos.
Publicado por Patrícia
2 comentários:
huahauhauauah Sabia dessa, ñ!!!
Ish, mas a criatividade eh mta aih hein?! Nem tendo sida sufocada durante um tempo ela se deixou abater...
; )
Como sempre... Achei q fosse da Du, o txt, Pat!!! hahah MAs vi em seguida, soh fiquei c preguiça d dizer. Eu vi o trem das fotos 3x4; na ocasião eu falei c a Du q c devia ter "dado o serviço": citar o endereço, telefone, estas coisas. Fica a dica p/ as próximas vzs.
Bj! (Aaaaah!!!! Aproveitar pq sempre esqueço, msm: Mt mt mt obrigada pela florzinha, minha cara!!! Uso mt!!! E ela faz sucesso!!! ; )
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