Escrever um texto na internet utilizando palavras abreviadas é um atentado à nossa língua? Quem digita dessa forma contribui para “acabar com a língua”?
A língua atende à necessidade do momento. Existem variações lingüísticas, utilizadas na fala e na escrita, de acordo com a situação em que o falante se encontra ou para a qual o texto se destina.
Não podemos dizer que uma pessoa do interior de Minas fala incorretamente. Ela fala um dos dialetos existentes no Brasil. Não existe língua padrão, por isso, nenhum dialeto é mais correto que o outro.
O que existe é uma norma, que aparece na Gramática, um manual que descreve a língua e prescreve algumas regras. Elas são aplicadas quando precisamos utilizar a variação formal da nossa língua, como, por exemplo, no trabalho.
Em uma reunião entre amigos, geralmente escolhemos a variedade informal para nos comunicarmos. Da mesma forma, na internet, ao escrevermos e-mails para amigos, scraps ou textos em blogs pessoais, adotamos uma variação lingüística adequada para aquele meio ou ocasião.
A adoção de determinada variação lingüística é como a escolha da roupa melhor indicada para cada momento.
Estranho seria se escrevêssemos um bilhete ao amigo empregando a segunda pessoa do plural, o vós! Estaríamos indo à praia de longo ou black tie. Da mesma forma, escrever um e-mail a um cliente ou fornecedor digitando as palavras de forma incompleta seria como ir a um baile calçando havaianas.
Então, a língua é um sistema flexível, com o qual as diversas formas de expressão conseguem ser externadas, por meio da fala, escrita ou sinais, em suas diversas variedades.
Postado por Juliana.
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