sábado, 31 de maio de 2008

O tormento com as palavras (Mergulhados no ostracismo)

A prática da escrita requer um esforço persistente da pessoa. Nem sempre conseguimos colocar em palavras o que nós queremos dizer. Há escritores brilhantes que com poucas palavras nos emocionam com suas sensibilidade e clareza. Entretanto, parece que mesmo bons autores enfrentam uma relação conflitante com a escrita. Tal prática requer um árduo trabalho mental, não é algo espontâneo que surge de repente, uma simples inspiração. Talvez possamos presenciar algo, ver algum evento ou uma paisagem que nos desperta a vontade de escrever, mas esses fatos são só ferramentas, o ato de escrever necessita mais do que isso.
Minha professora de português costumava dar redações para treinarmos a escrever. No momento em que ela ia retornar nossos trabalhos, ficávamos bastante ansiosos. Esperávamos receber a nossa redação com o escrito “Maravilha”, esta era a classificação máxima que poderíamos obter.
No momento em que fui realizar vestibular, adotei uma técnica que não empregaria atualmente. Primeiramente, percebi que os temas que as universidades requeriam não mudavam tanto. A maioria das provas sugeria que escrevêssemos sobre um assunto relacionado com educação, globalização, ou com questões sociais do mundo. Depois de praticar alguns temas em casa, pensei em um título e em uma estrutura para minha redação. Interessante que ela se adaptava a quase todos os enunciados. Nunca esqueci o título que escolhi: “Mergulhados no ostracismo”. Essa última palavra havia se consolidado no meu vocabulário dias antes de tê-la escolhido. Gostei dela, achei a mesma diferente e bonita, e poderia causar um impacto interessante nos examinadores. No primeiro parágrafo, introduzia o mito da caverna de Platão. Essa era minha outra tática. Que examinador não ficaria surpreso em ver um vestibulando citando trechos filosóficos? Após essa introdução, escrevia mais três parágrafos e, finalmente, a conclusão.
No meu primeiro vestibular, obtive nota quase máxima em redação. Foi um sucesso, comecei a ficar confiante nessa minha tática. Entretanto, após realizar mais vestibulares, minhas notas em redação não foram tão boas. Eu mesma achava que não merecia uma nota tão boa. Afinal, minhas redações estavam padronizadas. Sentia um desconforto em escrever sempre o mesmo título: “Mergulhados no ostracismo”. Se, atualmente, tivesse de me preparar para uma prova de redação, tentaria praticar mais minha escrita. Talvez tentasse escrever parágrafos ou textos cotidianamente, leria bastante jornais e livros clássicos de autores de língua portuguesa. Não seguiria um padrão ou dicas que limitam a criatividade. Faria um esquema antes de começar a escrever, e depois colocaria no papel minhas idéias.
Uma dificuldade que ainda tenho na prática da escrita refere-se às minhas conclusões, parece que termino o trabalho de forma muito súbita. Preciso desenvolver melhor isso. Mas, apesar de saber dessa minha limitação, fico feliz em saber que meu título pode ser outro que aquele do ostracismo...Engraçado, acho que esse termo foi bastante utilizado nas minhas redações, mas nunca o empreguei em outro momento de minha vida. Deixei minha criatividade vencer e espero contar com ela nos meus próximos sacrificantes e compensadores escritos.

Publicado por Patrícia



segunda-feira, 26 de maio de 2008

A língua portuguesa e suas origens

Esse organograma foi feito pelo meu amigo Max, baseado em um rascunho meu, em uma folha de papel.

Postado por Juliana

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Confissões de uma forrozeira

Eu quero só dançar, rodopiar, seguir os passos sem pensar
Sem desgastar com as questões do dia-a-dia, com os meus medos
Com o sofrimento que vemos nas pessoas e em nós mesmos
Sentimentos mesquinhos e até naturais
Mas que não nos dão prazer
Quero sentir alegria, ver as coisas através de um outro olhar
No forró, os movimentos parecem sincronizados
Seguimos o parceiro, rimos dos nossos tropeços
Não precisamos falar nada com ninguém
Só dançamos, bailamos, damos vira-voltas no salão
Apesar de nunca ter visto os nossos companheiros de dança
Parece existir uma relação antiga
Os passos têm uma harmonia perfeita
As únicas palavras ditas estão no final
Cada um agradece o outro e volta ao seu lugar para a próxima dança
Há músicas que eu adoro nos forrós
Quando elas são tocadas, eu fecho os olhos
Danço e lembro de coisas boas
Acho que, mesmo velhinha, dançarei forró
Sem pensar em nada, só seguindo o ritmo da música...

Escrito por Patrícia

terça-feira, 6 de maio de 2008

En Español

Las abreviaturas en el móvil no perjudican la salud de la lengua

M. Elena Vallés, Diario de Mallorca
El español y el catalán de los jóvenes ¿molan mazo? Expresiones como ésta o frases con lenguaje esquematizado del tipo: "E aprbdo ls mats" provocaron hace varias semanas en el congreso sobre lengua castellana de San Millán de la Cogolla las iras y las furias de los filólogos más puritanos, defensores a ultranza de la ortodoxia normativa léxico-gramatical. Las prédicas apocalípticas llegaron a tildar el castellano juvenil de lengua contagiada por el fast food de las nuevas tecnologías e incluso se aventuraron a construir metáforas como anorexia léxica y expresiva. Otros profesionales, situados en la frontera y a fuego cruzado entre las reglas rígidas o las rupturas totales, se han dedicado a estudiar el lenguaje de los chats cibernéticos o los SMS fascinados por la revolución de las comunicaciones vivida en la última década.
Éste es el caso de dos filólogas de la Universitat de les Illes Balears (UIB), Caterina Canyelles y Margalida Cunill, que publicaron en 2005 el que fue el primer manual normativo para escribir SMS en catalán. "Toda esta historia nació a raíz de un curso que impartimos en la Universitat Catalana d´Estiu de Prada de Conflent, cuyos resultados decidimos recopilar y publicar en un texto con vocación normativizadora", relata Caterina Canyelles. Esta profesional, que trabaja en los servicios lingüísticos de la universidad, no siente ningún temor ante el hecho de acortar las palabras en los mensajes de móvil, porque el número de caracteres está limitado. No le asusta que puedan extenderse estas prácticas a otras situaciones lingüísticas que demanden un registro de lengua más elevado y estandarizado. "El móvil es un medio más que precisa un registro de lengua diferente y que se adapta a las limitaciones impuestas por el mismo procedimiento de comunicación. Los alumnos, si te presentan un trabajo formal sobre determinado tema, no usan estas abreviaturas. Eso es una leyenda negra".
Canyelles destaca que cada vez que aparece un medio nuevo, la lengua, como organismo vivo, presenta una enorme capacidad para adaptarse a él.
La propuesta de normativa de estas dos autoras mallorquinas se basa en dos preceptos básicos: la economía y la velocidad. Su obra, publicada por Edicions 62, está dividida en distintos apartados como son los referentes a las normas morfológicas -que están divididas en abreviaturas generales, secundarias, poco recomendadas y no recomendadas- y a un pequeño léxico con variedades dialectales.
Entre las reglas generales se recogen la caída de vocales, el uso de la k (para las grafías ca), el uso de la q (para que, qui, cu, cua, cue) o la ausencia de acentos.
Los emoticonos también son contemplados en estas páginas. Como ejemplo, cabe mencionar que una sonrisa se escribe así: :-). "En el chat o vía SMS, este tipo de iconos suplen el tono y timbre de voz, e incluso el estado de ánimo que se imprime en la oralidad".
Canyelles cree que el catalán es una lengua que se adapta bien a las nuevas tecnologías porque cuenta con palabras breves en su diccionario. Por otro lado, señala que no hay que perder de vista que este medio ha mutado el modo de relacionarse en la actualidad: "Hay muchas cosas que no te atreves a decir a la cara, como cuando quieres ligar con alguien, y el móvil te da más alas". En este sentido, huelga recordar la eficacia del SMS en la convocatoria de las manifestaciones tras la barbarie del 11-M.


Hoy, un post en Español. Sigue una pequeña idea general acerca del tema:
Não há razão para temores com relação às abreviaturas utilizadas nas mensagens enviadas pelo telefone celular. Tal hábito não representa ameaça à saúde da língua. O corte das palavras é feito devido ao número limitado de caracteres aceitos por este aparelho de comunicação. Em situações em que se demanda um registro mais sério da língua, como em trabalhos acadêmicos, essa prática não aparecerá, isso é uma lenda. Uma das pesquisadoras afirma que o celular é mais um meio que requer um registro diferente, e que a língua, como organismo vivo, possui uma enorme capacidade de adaptar-se a cada nova tecnologia. A proposta das duas autoras se baseia em dois princípios básicos: a economia e a velocidade. Os emoticons, por exemplo, exprimiriam o estado emocional do falante e sua entonação na oralidade.
Postado por Juliana.

domingo, 4 de maio de 2008



Estragos

Deixo tudo estragar

Eu deixo estragar objetos
Eu deixo estragar meus celulares
Eu deixo estragar minhas roupas
Eu deixo estragar meus sapatos

deixo estragar dentes e pele

Eu deixo estragando meu tempo
Eu deixo estragando minha poesia

meu querer eu deixo de lado

Eu deixo estragar meu sono
meus domingos
meus feriados
Eu deixo estragar
Meu guarda-roupa
Meus parentes
Minhas coleções de tudo

e vou perdendo/estragando meu passado também

Estrago amores também

Mas conservo em bom estado
Todos os meus defeitos
Desde criança.


Renato Fraga

Postado por Juliana. Foto: Flickr