tag:blogger.com,1999:blog-76164328396655235942024-03-13T12:01:31.098-03:00escritaescritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.comBlogger111125tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-58157554297522827842009-05-25T15:08:00.001-03:002009-05-25T15:10:38.122-03:00Despedida<p align="justify">Prezados leitores e clientes,<br /><br />o escrita encerra hoje suas atividades.<br />Foi muito agradável escrever para postar no blog, buscar imagens, dar vasão ao que queríamos expressar e, de forma especial, foi gostoso proporcionar alguma informação.<br />Agradecemos a todos pela parceria e pelos bons momentos compartilhados!<br /><br />Um grande abraço.</p><p></p>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-7578830473431827852009-04-11T12:24:00.005-03:002009-04-11T12:54:37.175-03:00Literatura adulta, público juvenil<div align="justify"><a href="http://www.tvcultura.com.br/tudooqueesolido/secoes/a_serie/"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323455524571737986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 289px; CURSOR: hand; HEIGHT: 150px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimnm_czYHKhAVjE7RNjtlJWQMu4YEqWrM_Pe6PGgc219LJP5tZ0tg0zTlxMiXEqC9jFYbo5ZZ2LiTAfjK30pIzi0S1-xvW1MrgXPksqUjMieHDVcG5sjFVx3qYv7U5vDKV7uJIvP_0d3_E/s400/img_logo.jpg" border="0" /></a> Lidando com livros que concorrem à premiação anual da Fundação Nacional de Literatura infantil e juvenil - FNLIJ - que fica no Rio de Janeiro, percebo que há uma escassa produção de qualidade dirigida ao leitor juvenil. Muitos autores escrevem de forma superficial sobre o universo adolescente. Esse fato gera publicações que não levam em consideração uma complexidade de sentimentos, conflitos interiores e percepções subjetivas pelos quais a pessoa passa nesse período da vida. </div><div align="justify"><br />A Literatura, vamos dizer assim, adulta, isto é, os clássicos, os cânones literários, por seu caráter atemporal e universal, possuem a capacidade de despertar curiosidades e provocar deleite ao leitor juvenil. </div><div align="justify"><br />A série da TV Cultura mostra a viagem da protagonista pela ficção escrita. Em entrevista ao Abujamra (Programa Provocações, TV Cultura), a atriz disse que o que espera da vida e das pessoas é a AÇÃO. Que as pessoas interfiram no mundo utilizando as ferramentas adquiridas com o conhecimento e aproveitando todas as possibilidades de arte e mídia para que isso aconteça.<br /></div><p align="justify"><span style="color:#cc33cc;"><span style="color:#000000;">"</span><strong>Tudo o que é Sólido Pode Derreter</strong></span> é uma série juvenil que busca explorar de forma atraente e com muito bom humor o universo adolescente a partir do cotidiano de uma jovem, Thereza, que estuda na escola grandes obras da literatura de língua portuguesa, descobrindo e envolvendo-se com suas histórias.<br />Produzida pela Ioiô Filmes em parceria com a TV Cultura, a série é derivada do premiado curta-metragem de mesmo nome, dirigido por Rafael Gomes, que agora adapta a trama para uma construção dramatúrgica em capítulos.<br />O curta-metragem Tudo o que é sólido pode derreter é uma porta de entrada para o universo shakespeariano. Contando a história de uma garota de 15 anos que tem de estudar a peça Hamlet, de Shakespeare, justamente numa fase em que sua vida está em crise, o filme coloca numa mesma mistura, entre outros, a solidão e a angústia características da adolescência, a vida escolar e a dor da perda de um parente querido – tudo permeado pela descoberta de um clássico da literatura universal.<br />Assim, o curta acompanha a jornada de iniciação artística de uma garota inteligente e de vibrante vida interior. Conforme começa a compreender as inquietações do príncipe Hamlet, a protagonista passa a compartilhar de suas dores e, a partir delas, aprende a se fortalecer para a vida.<br /><em>Tudo O Que É Sólido Pode Derreter</em>, o filme, mostra como Hamlet pode dialogar com o público jovem da atualidade, traçando paralelos entre livro e vida e construindo uma crônica juvenil delicada e divertida, que mescla humor e drama para abordar o tema da transição para a idade adulta.<br /><em>Tudo o Que É Sólido Pode Derreter</em>, a série, visa adaptar essa premissa para uma construção dramatúrgica em capítulos. Terá a mesma jovem do filme como personagem fixa, descobrindo e envolvendo-se, a cada episódio, com uma obra importante da literatura de língua portuguesa, seja ela um romance, uma peça de teatro ou um poema.<br />Viajando por entre o <em>O Auto da Barca do Inferno</em>, <em>Os Sermões</em>, <em>Os Lusíadas</em>, <em>Canção do Exílio</em>, <em>Senhora</em>, <em>Macário</em>, <em>Dom Casmurro</em>, <em>Ismália</em>, <em>Quadrilha</em>, <em>Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres</em>, <em>Quem Casa Quer Casa</em>, <em>O Guardador de Rebanhos</em> e <em>Macunaíma</em>, a série dialoga com o público jovem da atualidade, traçando paralelos entre livro e vida e construindo uma crônica juvenil delicada e divertida".</p><p align="justify"><strong>Postado por Juliana</strong></p><p align="justify"></p><p align="justify"></p><p align="justify"></p>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-26651795411407475302009-03-21T20:47:00.002-03:002009-03-21T20:50:23.563-03:00Minhas queridas avós<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#3333ff;">O dia 31 de março é muito especial para mim, pois, nessa data, minhas duas avós nasceram. Apesar de não ser eu a aniversariante, esse dia me traz a sensação de que eu ganhei dois presentes.<br />Cada uma tem seu jeito. A vó Gláucia é bastante agitada, acorda cedinho, comanda tudo, tem o maior prazer em fazer as coisas. Se alguém da família está com problemas, ela se prontifica no mesmo momento para ajudar. Ela é a matriarca da família. Fala com o maior orgulho que se aposentou como cozinheira, e que vários de nossos parentes morreram em seus braços. Não cansa de obter funções, se isso for necessário para o bem-estar de seus familiares. Se o pai dela deixasse, ela teria feito engenharia. Nossa, aí que ninguém seguraria essa mulher...<br />Já a vó Livinha brilha em outras tarefas. Não conheço ninguém que se pareça com ela no tricô e no cuidado com as flores e plantas. Adora viajar, e tem até vivência internacional. Acha tudo baratinho e adora dar presentes aos outros. Esses dias, ela nos deu um susto com o tombo, mas agora ela já se recuperou e já tem planos para a próxima viagem.<br />Nesse momento em que escrevo, a vó Gláucia está na cozinha fazendo pé-de-moleque, e a vó Livinha está costurando no sol. Não podia ser diferente. Assim, sinto muito feliz nessa data. Agradeço por essa possibilidade de estar aqui com elas, nessa mesma casa, acordar e dormir perto dessas mulheres que transmitem tanta alegria e amor.<br /><br /> Postado por Patrícia. Julho de 2008 na Figueira</span></div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-53925415652838682782009-03-13T09:13:00.004-03:002009-03-22T09:47:21.046-03:00Tecnologias<p><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxgqcu__4dA3oWbdrgfoH-UlU0Xr3UQdVx2dFxz7pIOBtrP1lSksUgCSQOb6GCb8cbMKHItg4pTqpOqbDacMQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></p><p align="justify">Em artigo publicado no periódico <em>Educação e Sociedade</em>, em 2002, a pesquisadora Magda Soares fala sobre <strong>letramentos</strong> (no plural), <strong>espaço de escrita</strong> e as mudanças que ocorrem quando se utilizam diferentes tecnologias de escrita e leitura. Tais mudanças são especialmente de ordem cognitiva e social.</p><p align="justify">"Todas as formas de escrita são espaciais, todas exigem um 'lugar' em que a escrita se inscreva/escreva, mas a cada tecnologia corresponde um espaço de escrita diferente. </p><p align="justify">[...] Em síntese, a tela, como novo espaço de escrita, traz significativas mudanças nas formas de interação entre escritor e leitor, entre escritor e texto, entre leitor e texto e até mesmo, mais amplamente, entre o ser humano e o conhecimento. Embora os estudos e pesquisas sobre os processos cognitivos envolvidos na escrita e na leitura de hipertextos sejam ainda poucos (ver, por exemplo, além das já citadas obras de Lévy, também Rouet, Levonen, Dillon e Spiro, 1996), a hipótese é de que essas mudanças tenham conseqüências sociais, cognitivas e discursivas, e estejam, assim, configurando um letramento digital, isto é, um certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição – do letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel. Para alguns autores, os processos cognitivos inerentes a esse letramento digital reaproximam o ser humano de seus esquemas mentais.</p><p align="justify">[...] Pode-se concluir que a tela como espaço de escrita e de leitura traz não apenas novas formas de acesso à informação, mas também novos processos cognitivos, novas formas de conhecimento, novas maneiras de ler e de escrever, enfim, um novo letramento, isto é, um novo estado ou condição para aqueles que exercem práticas de escrita e de leitura na tela (SOARES, 2002)".</p><p align="justify">SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. <em>Educ. Soc., </em>Campinas, v. 23, n.81, Dec. 2002.</p><p align="justify"><strong>Postado por Juliana</strong></p><p align="justify"></p><p align="justify"></p><p align="justify"></p>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-5505994447355831122009-03-08T17:40:00.006-03:002009-03-08T18:07:12.895-03:00O ouvinte<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkNaVdV725uaBO2jOeHhW47WZNX0oETYzvjmbYmFhw6CsBeWUe12axyD23E0TgbumMxKBD4OWauHrSVhPjaGh8fSWZj-EOEbtxa2LMe2nOEmonxSlLx4u9OvU-GyRqIPud4kUQ3aRT_Iyj/s1600-h/o-leitor-525-01.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5310925358901759698" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 242px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkNaVdV725uaBO2jOeHhW47WZNX0oETYzvjmbYmFhw6CsBeWUe12axyD23E0TgbumMxKBD4OWauHrSVhPjaGh8fSWZj-EOEbtxa2LMe2nOEmonxSlLx4u9OvU-GyRqIPud4kUQ3aRT_Iyj/s400/o-leitor-525-01.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Nem todos os livros possuem versões em <a href="http://escritabrasil.blogspot.com/2008/10/linguagem-braille.html">braille</a> para que o deficiente visual possa fazer sua leitura individual ou em voz alta, para amigos ouvintes, alfabetizados ou não. Assim, o audiolivro torna-se um "achado" porque permite que o livro seja conhecido por todos os ouvintes.<br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Para saber mais, <a href="http://librivox.org/">LibriVox</a>.</div><br /><strong><br />Postado por Juliana</strong>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-22862600913276302492009-03-05T13:18:00.005-03:002009-03-05T13:42:57.692-03:00Contos na Paraíba<div style="text-align: justify;">E indico o <a href="http://www.alfredoalbuquerque.blogspot.com/">blog do Alfredo</a>, que, desde fevereiro, escreve um conto por semana. "Gabriel e uns tantos demônios" proporciona o deleite com a linguagem e o encontro com um personagem que é de uma introspecção especial ou, talvez, mais comum do que possamos imaginar.<br />"Bondade infinita" é o segundo e mais novo conto postado. Sugere o paradoxo.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Postado por Juliana</span><br /></div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-906569656711296992009-01-19T23:41:00.008-02:002009-02-06T11:04:02.469-02:00Humanidade diversa<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOQWxSJ0hDGhy8dQPsBlnOUfRuUIpJARnD6Yps-CQ6FMfCqc0GJbvid-ygVZNT6cSDy4Pwze6URq5P-3WBJmzTbn4WTtCAiHjgwBPwZyG5v2e659bw3lqJPXEryWADPG5wUiOI1SIKdvFb/s1600-h/sem+t%C3%ADtulo.bmp"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 193px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOQWxSJ0hDGhy8dQPsBlnOUfRuUIpJARnD6Yps-CQ6FMfCqc0GJbvid-ygVZNT6cSDy4Pwze6URq5P-3WBJmzTbn4WTtCAiHjgwBPwZyG5v2e659bw3lqJPXEryWADPG5wUiOI1SIKdvFb/s400/sem+t%C3%ADtulo.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5293187148984770722" border="0" /></a><br /><div style="text-align: center;">Humanidade diversa<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">O planeta Terra, mundo da espécie humana, possui espaços geográficos gelados, quase desabitados; tropicais, ricos em biodiversidade; espaços hoje em desenvolvimento, do ponto de vista econômico, outros bastante avançados, em que o risco social inexiste e tantos espaços ainda passando por sérias dificuldades geradas ao longo da História.<br /><br />O poder, ou melhor, o fascínio, o desejo pelo poder, frequentemente tomou parte na desconstrução da identidade cultural dos povos. Nações com maior estrutura bélica (capacidade técnica) tomavam para si o direito de subjugar e ditar seus costumes, sua religião, sua organização política, seus valores e sua língua.<br /><br />A língua é um sistema de códigos que funciona segundo uma estrutura determinada. Mas não é apenas isso. A língua é um organismo vivo, em estado permanente de mudanças, extremamente flexível e suscetível a influências externas, às quais se adapta facilmente. A comunidade de falantes, ao mesmo tempo em que mantém os traços originais de sua língua materna, decide se as mudanças serão ou não incorporadas. Isso ocorre de acordo com diversos fatores, levados em conta pela comunidade no momento de aceitar a mudança.<br /><br />Mesmo os estrangeirismos, aqueles termos “importados” de outras línguas e incorporados quando não existe a palavra em língua vernácula – bem, às vezes, são utilizados desnecessariamente, fugindo a esse propósito! – sofrem adaptação de modo a tornarem-se mais eufônicos, com maior harmonia sonora.<br /><br />No Brasil, houve uma enorme imigração desde a chegada portuguesa. O país recebeu pessoas de todo o mundo: espanhóis, italianos, alemães, árabes, africanos, japoneses etc. A biodiversidade foi “povoada” pela diversidade sócio-cultural. Cada povo trazia sua identidade: a sua língua.<br /><br />Cada região brasileira possui seus costumes peculiares, mesmo que não sejam tão conhecidos quanto os da Bahia, por exemplo. Dentro de um mesmo estado, podemos encontrar vários <a href="http://www.overmundo.com.br/banco/mineires-e-dialetos-no-brasil">dialetos</a>, como é o caso de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_mineiro">Minas <span style="text-decoration: underline;"></span>Gerais</a>. Na divisa entre os estados, a transição é muito interessante e o sotaque identifica a origem do indivíduo enquanto sugere o contato com a vizinhança.<br /><br />O movimento dos brasileiros pelos estados, em busca de oportunidades de trabalho, como conseqüência deste, atrás de tranqüilidade ou por inúmeras razões, faz com que as tradições locais sejam partilhadas.<br /><br />Não há nenhum desejo de poder que possa fazer com que a diversidade encontrada na variante brasileira da língua portuguesa seja aniquilada. Há tentativas. Já no ano de 2009, é algo entristecedor a forma com que empresas poderosas como emissoras de tv produzem a padronização da língua falada, mostrando desrespeito à bagagem cultural de seus recursos humanos e de seus clientes ou seu imenso público que lhe dá audiência, pessoas, muitas vezes, despreparadas para receberem um “choque de gestão”, o que provoca insegurança no falante nativo no momento de se expressar em sua própria língua.<br /><br />A Lingüística é um campo de estudos das ciências humanas que envolve o conhecimento da origem das línguas (Lingüística Histórica), da linguagem e de suas relações com a Sociologia, Antropologia; o mundo das representações, da Semiótica (Sociolingüística) e os aspectos estruturais particulares (Lingüística dura ou <span style="font-style: italic;">hard</span>). A Linguística se preocupa com o diverso, com a língua em uso, viva, utilizada pelo ser humano e, desta forma, em constante movimento. Não comporta regras e é livre de preconceitos.<br /><br />A partir de amanhã, dia da posse de Barack Obama, eu desejo, fortemente, que o poder seja utilizado para restabelecer nos povos a auto-estima retirada durante tantos anos de “americanização” do mundo, em que as comidas típicas, as roupas, as festas, a música, o cinema, enfim, foram tomados, pelo mundo afora, cedendo lugar à comida, à roupa, à cultura provenientes de uma única nação.<br /><br />Eu espero ver uma pessoa da Colômbia respeitando e sendo respeitada na Sibéria;da mesma forma, uma do Ceará e outra de Porto Alegre, mas jamais moldando seu modo de falar motivada por imposições de onde quer que seja. Porque não existe quem “fala errado”, uma vez que todos conhecem e sabem a sua língua-mãe.<br /><br />A linguagem escrita segue, sim, certas normas, mas ao utilizá-la, dispomos de maiores condições para o registro (como: pessoas por perto a quem recorrer, manuais de gramática normativa, internet, dicionários impressos ou eletrônicos, obras de autores consagrados) e, durante o ato de redigir, como dispomos de mais tempo para estabelecer a comunicação, podemos alterar o texto sempre que convier.<br /><br />A linguagem falada é uma experiência única, não há como voltar no tempo e desfazê-la e isso até seria uma tolice, afinal, é deliciosa a naturalidade, a originalidade e a riqueza encontradas na fala, tão cheia de misturas, de lugares, de ligações interpessoais, aliados ao “tom” de cada um, à personalidade de cada pessoa.<br /><br />Que essa mudança venha, a da alegria a que todos têm direito, de expressar suas idéias em seu próprio dialeto e cumprir seu objetivo: o de contribuir.<br /></div><br /><span style="font-weight: bold;">Postado por Juliana.</span>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-59279082284816487682009-01-12T17:25:00.003-02:002009-01-12T17:28:43.356-02:00Ótimo 2009!<span style="font-weight:bold;">O Acerto das Pessoas</span><br /><br /><span style="font-style:italic;">Digo bola quando penso lua<br />Digo meu quando penso dia<br />Digo quando quero caso<br />Caço briga quando penso beijo<br />- e queijo quando quero doce -<br /><br />As vezes eu costuro bocas<br /> outras olhos<br />(pontos fracos são solução)<br /><br />Nunca precisei de desculpas.<br />Já obtive o terceiro lugar<br />sem sequer competir<br />(caso mostrasse o meu melhor<br /> seria desclassificado)<br /><br />De posse de palavras erradas<br />Penso conseguir pessoas certas<br />Pessoas certas lêem corações.</span><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Renato Fraga</span><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Postado por Juliana.</span>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-24607911542822370352008-12-02T17:45:00.001-02:002008-12-02T17:45:53.808-02:00Convite Lançamento<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVQfMm3UCAxvJbwv2RexWNoXwzTYD01Q8_hqQVVZA1cpX00h2NfhRAiE6O7aC4gVLZaZ9sBHnYavIOcWDPkTnczR05i9K8DlXdoaR2QUoy2oWi4xCdboSBsQo8t2udt4Ca2z2GZjlb52Sd/s1600-h/Convite+Peixe+Morto.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 287px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVQfMm3UCAxvJbwv2RexWNoXwzTYD01Q8_hqQVVZA1cpX00h2NfhRAiE6O7aC4gVLZaZ9sBHnYavIOcWDPkTnczR05i9K8DlXdoaR2QUoy2oWi4xCdboSBsQo8t2udt4Ca2z2GZjlb52Sd/s400/Convite+Peixe+Morto.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5275281286007663458" /></a>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-70070207720134036412008-10-21T21:12:00.001-02:002008-10-21T21:13:34.155-02:00Tia Mariazinha<p align="justify">A tia Mariazinha brincava de boneca com a gente. Entrava em nosso mundo de criança e se encantava com as peças de teatro junto com a gente. Incentivava a brincadeira e a alegria. Enchia a geladeira de ameixas, maçãzinhas, danoninhos. Abastecia a casa de coisas das quais gostávamos. Ensinava a fazer bala delícia e a ir a pé para o Largo do Machado. Ensinava a pegar ônibus e a nunca esquecer de levar a sombrinha e os lanches. Ela apoiava todas as nossas escolhas. Estava presente nas comemorações de todas as conquistas. Na primeira comunhão, lá estava ela. Viajava com o fusquinha do Rio até Minas. Uma vez, dirigiu até lá só para levar o filhote de cocker que havíamos ganhado da Mariana. Ela decorou nossas noites de Natal com sua roupa de Papai Noel e, dentro do saco de presentes, todos os nossos sonhos escritos em cartinhas eram concretizados. Há oito anos, eu não tenho mais a tia Mariazinha. Hoje, ela ficou em paz e liberdade, junto a Deus. Mas sempre, para a eternidade, serei uma pessoa premiada de uma forma muito especial, porque tive a minha tia Mariazinha.</p><p><strong>Postado por Juliana</strong>.</p><p></p>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-54802846656327001372008-10-07T14:58:00.003-03:002008-10-07T15:02:28.214-03:00A linguagem Braille<span style="color: rgb(0, 102, 0);">Leitura especial</span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Bibliotecário no Instituto São Rafael, em Belo Horizonte (MG), há trinta anos, Juarez Gomes Martins é cego, defensor do Braille e da maior disseminação da literatura entre os estudantes. Segundo ele, o processo de leitura é marcado por algumas dificuldades, como o contato do deficiente visual com as ilustrações, mas é muito importante que o aluno saiba ler primeiramente em Braille. “É um processo mais complicado. Não é como a visão que você bate o olho e já percebe rapidamente o desenho. No entanto, é importante que o aluno tenha um domínio sobre a sua linguagem. Com paciência e treino, ele consegue desenvolver uma boa leitura tátil”, conta. Juarez também sugere que, quando possível, os professores usem materiais concretos para que o aluno possa conhecer as dimensões do objeto. É uma forma simples de estimular o interesse do estudante pelo que está retratado nos livros.<br /><br />Como afirma a professora Márcia Helena Pallota, os recursos são importantes para garantir a igualdade entre alunos deficientes visuais e alunos videntes. “Não é porque ele é cego ou tem baixa visão que ele terá mais dificuldades. Se o aluno tiver o material adaptado ao que ele necessita, a dificuldade que ele tem, seria a mesma se ele fosse uma criança vidente”.<br /><br /></div>Fonte: <a href="http://www.ceale.fae.ufmg.br/">Ceale</a><br /><br />Postado por Juliana.escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-31769071511050796012008-09-18T11:36:00.005-03:002009-03-05T13:30:26.495-03:00PessoaEsses dias, assisti a um documentário sobre Fernando Pessoa. Fiquei impressionada. Como pode um escritor se desdobrar em outros escritores com personalidades tão diferentes? Em uma passagem desse documentário, uma estudiosa do autor português equiparou Álvaro de Campos a um divã. Ele foi muito saudável para Fernando Pessoa. Na figura de Álvaro de Campos, Pessoa dizia tudo o que ele não conseguia dizer por ele mesmo. Segue, uma poesia desse heterônimo nada discreto ...<br /><br /><br />Todas as Cartas de Amor são Ridículas (Álvaro de Campos)<br /><br />Todas as cartas de amor são<br />Ridículas.<br />Não seriam cartas de amor se não fossem<br />Ridículas.<br />Também escrevi em meu tempo cartas de amor,<br />Como as outras,<br />Ridículas.<br /><br />As cartas de amor, se há amor,<br />Têm de ser<br />Ridículas.<br /><br />Mas, afinal,<br />Só as criaturas que nunca escreveram<br />Cartas de amor<br />É que são<br />Ridículas.<br /><br />Quem me dera no tempo em que escrevia<br />Sem dar por isso<br />Cartas de amor<br />Ridículas.<br /><br />A verdade é que hoje<br />As minhas memórias<br />Dessas cartas de amor<br />É que são<br />Ridículas.<br /><br />(Todas as palavras esdrúxulas,<br />Como os sentimentos esdrúxulos,<br />São naturalmente<br />Ridículas.)<br /> <br />Fonte: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM838836-7823-FERNANDO+PESSOA+E+SUA+VIDA+COTIDIANA,00.html<br /><br />http://www.pensador.info/autor/alvaro_de_Campos/<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Postado por Patrícia</span>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-88944503933828890872008-09-13T13:27:00.009-03:002008-09-13T14:06:32.278-03:00Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdyTpqI8OFxETdOxiopR1bjMvz_s8Ew4JXa-l9rZRoMR93jfcsaLIaMouwftU2T3id_9s-uR6OhpusXo0JtoiefseHw7P9fZq-n2-JgpMz8k1lgTu78UHJzM8jl0n22KlFdbS1dALfTDwH/s1600-h/2412058342_5b252f35a7.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5245546770145471602" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdyTpqI8OFxETdOxiopR1bjMvz_s8Ew4JXa-l9rZRoMR93jfcsaLIaMouwftU2T3id_9s-uR6OhpusXo0JtoiefseHw7P9fZq-n2-JgpMz8k1lgTu78UHJzM8jl0n22KlFdbS1dALfTDwH/s400/2412058342_5b252f35a7.jpg" border="0" /></a> <span style="font-size:85%;">Foto: </span><a href="http://www.flickr.com/photos/amvoltolini/2412058342/"><span style="font-size:85%;">flickr</span></a></div><br />O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi firmado em 1990, pelos países de língua portuguesa e ratificado em 1995, no Brasil. Passará a vigorar em janeiro do ano que vem e as publicações (livros didáticos, literários, etc.) já começam a ser adaptadas às modificações estabelecidas.<br /><div align="justify"><br />Em razão das diferenças entre as grafias desses países, é grande a dificuldade na difusão da língua. Dessa forma, a intenção do acordo é facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa Fonte:<a href="http://www.cultura.gov.br/site/2008/08/13/acordo-ortografico-da-lingua-portuguesa/">cultura.gov.br</a></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Principais mudanças</div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#cc0000;">Alfabeto</span>: o alfabeto, que atualmente possui 23 letras, será acrescido de mais três: k, y e w.</div><div align="justify"><span style="color:#cc0000;">Trema</span>: o trema será totalmente eliminado das palavras portuguesas ou aportuguesadas, sendo usado apenas em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros, como por exemplo mülleriano, de Müller.<br /><span style="color:#cc0000;">Hífen</span>: a regra para uso de hífen será simplificada.<br /><span style="color:#cc0000;">Acentuação gráfica</span>: não serão assinalados com acento gráfico os ditongos ei e oi de palavras paroxítonas, como assembléia, idéia e jibóia.<br />Fonte: <a href="http://www.ufop.br/">ufop.br</a></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Vale a pena ler o documento a seguir para ficar por dentro e entender melhor o Acordo:</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="center"><br />MINUTA DE DECRETO</div><br /><div align="right">Estabelece cronograma para a vigência </div><div align="right">do Acordo Ortográfico da Língua </div><div align="right">Portuguesa e orienta a sua implementação.</div><br /><div align="justify"><strong>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA</strong>, no uso das atribuições que lhe confere o<br />art. 84, incisos II, VII e VIII, da Constituição, e em observância ao Decreto Legislativo nº 54,de 18 de abril de 1995 e ao Decreto de Promulgação nº...., </div><div align="justify"><br /><strong>DECRETA</strong>:</div><p align="justify"><br />Art. 1º O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, ratificado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e promulgado pelo Decreto nº........ , entrará em vigor no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2009.<br />Parágrafo único. No período de transição entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2012 haverá a convivência da norma ortográfica atualmente em vigor com a nova norma estabelecida pelo Acordo, e ambas serão aceitas como corretas nos exames escolares, provas de vestibulares e concursos públicos, bem como nos meios escritos em geral.</p><p align="justify"><br />Art. 2º. O Ministério da Educação, o Ministério da Cultura e o Ministério das Relações Exteriores, em atendimento ao artigo 2º do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, com a colaboração da Academia Brasileira de Letras e entidades afins dos países signatários do Acordo, tomarão as providências necessárias com vistas à elaboração de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa.</p><p align="justify"><br />Art. 3º Os livros escolares distribuídos pelo Ministério da Educação à rede<br />pública de ensino de todo o país serão autorizados a circular, em 2009, tanto na atual quanto na nova ortografia, e deverão ser editados, a partir de 2010, somente na nova ortografia, excetuadas as reposições e complementações de programas em curso, conforme especificação definida e regulamentada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.</p><p align="justify"><br />Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.</p><p align="justify">Brasília, ... de ... de 2008; 187º da Independência e 120º da República.</p><div align="justify"><br />(disponível <a href="http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11047&Itemid=1294">neste link</a>)</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><br /><br />Postado por </span><a href="http://www.chocolatesempre.blogspot.com/"><span style="font-size:130%;">Juliana</span></a><span style="font-size:130%;">.</span></div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-16567165279582536312008-08-24T18:16:00.002-03:002008-08-24T18:20:24.932-03:00Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade<br />Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno<br />promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.<br /><br />"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se<br />encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto<br />plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o<br />artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas<br />com um maravilhoso predicado nominal.<br /><br /> Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um<br />sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por<br />leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação:<br />os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa<br />oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.<br /><br /><br /> O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse<br />pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro:<br />ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns<br />sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando<br />o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e<br />pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão<br />verbal, e entrou com ela em seu aposto.<br /><br />Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma<br />fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla<br />para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados<br />num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.<br /><br /> Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e<br />rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que<br />iriam terminar num transitivo direto.<br /><br /> Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo<br />seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que<br />nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise<br />quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e<br />sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se<br />deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades<br />dele, e foram para o comum de dois gêneros.<br /><br /> Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias,<br />parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns<br />minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto,<br />ia tomando conta.<br /><br /> Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era<br />um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome<br />do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a<br />porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele<br />tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois,<br />que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e<br />exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica,<br />ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e<br />declarou o seu particípio na história.<br /><br /> Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora<br />por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu<br />adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem<br />comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois,<br />com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado<br />para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o<br />ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma<br />mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de<br />um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria<br />com um complemento verbal no artigo feminino.<br /><br /> O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido<br />depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto<br />final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo,<br />jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua<br />portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa<br />conclusiva".<br /><br />Postado por Patriciaescritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-45307744424895929702008-08-14T17:56:00.005-03:002008-08-14T18:16:21.206-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ChFOHjwEf8MXFZDwnoxbl5CBqDoAZrjHDZ2fbCI44pU_lvy09zklA5Gt6o4FbOLFPKN2z6FBlJIRLxC9tnuu8Lu4TzCn-VdlqmMiaQ7H9jDhz99JwHMOR6tP5sR3veE9PK3kc3TsWVN_/s1600-h/untitled.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5234482315157566130" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ChFOHjwEf8MXFZDwnoxbl5CBqDoAZrjHDZ2fbCI44pU_lvy09zklA5Gt6o4FbOLFPKN2z6FBlJIRLxC9tnuu8Lu4TzCn-VdlqmMiaQ7H9jDhz99JwHMOR6tP5sR3veE9PK3kc3TsWVN_/s400/untitled.bmp" border="0" /></a><em> Anotações sobre a palestra proferida hoje pelo Prof. Gunther Kress, da Faculdade de Cultura e Pedagogia, do Instituto de Educação da Universidade de Londres.</em><br /><em>Foto: </em><a href="http://www.flickr.com/photos/mackenzk/1222549004/"><em>Flickr</em></a><br /><br /><div align="center"><strong>A social semiotic theory of learning: multimodality, provisionality and design</strong></div><br /><div align="justify">Na interação, o ser humano não apenas emite sinais. Ele produz significados. A comunicação não depende apenas de alguém que fala, mas de alguém que responde, interpreta o que é ouvido e interpreta o mundo à sua volta. Há, na situação de comunicação, uma relação de interdependência. Nesse momento, o professor utilizou a metáfora da sala cirúrgica, em que uma equipe se prepara para realizar um procedimento. Há, entre os membros da equipe, uma conexão. Cada profissional desempenha uma função diferente e específica, no entanto, um depende do outro e interage de acordo com interesses e desejos, para que a cirugia se realize e seja bem sucedida.<br /><br />O aprendizado é uma situação de comunicação. Os ambientes de aprendizado são complexos. Há diversas formas, condições e ambientes de aprendizagem. O ambiente do <em>site</em> caracteriza-se por um design que pergunta: qual é o seu interesse? O usuário escolhe onde clicar e entrar. E o estilo é a política da escolha, assim como a estética é a política do estilo, isto é, nós escolhemos aquilo que apela ao nosso gosto, à nossa imaginação. A política de avaliação é a ética. Diante disso, cores, <em>layout</em> e imagens são importantes na criação de um ambiente de aprendizagem atrativo e com boas chances de obter êxito em seu propósito de educar. Com a mudança social e semiótica, a imagem, antes – século XX – meramente ilustrativa, desempenha funções diferentes da escrita e ambos, escrita e imagem, possuem significados diferentes. O que é melhor comunicado com palavras e o que é melhor comunicado com imagens são distinguidos na elaboração de uma página da web.<br /><br />O ambiente de aprendizado é o espaço em que a subjetividade está presente. Cada um constrói seus próprios significados e há emoção e afetividade na interação comunicativa. Portanto, sugere-se que a escola abra a visão limitada ao intelecto e a aspectos cognitivos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:85%;">Postado por Juliana</span></strong>.</div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-45867737667412920022008-08-14T17:36:00.006-03:002008-08-14T18:21:47.405-03:00Letramento digital<div align="justify">Bem, como o vídeo do Colóquio talvez não seja disponibilizado na rede, escrevo minhas impressões sobre a fala da Professora Dra. Carla Coscarelli, do Grupo de Pesquisa <em><a href="http://www.letras.ufmg.br/atelaeotexto/">A tela e o texto</a></em>, da Faculdade de Letras da UFMG. </div><div align="justify"></div><div align="justify">O título da conferência da Prof. Carla foi: <strong>Alfabetização e Letramento: a cultura escrita na sala de aula </strong><strong>(em tempos digitais).</strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="center"></div><div align="justify"><br /><br />O homem inventou a tecnologia digital. Ela aparece em um mundo caracterizado por desigualdades econômicas e sociais, em que nem todos possuem um computador em casa. Além disso, nem todas as escolas oferecem as ferramentas necessárias para que as crianças e jovens aprendam a operar os programas existentes.<br /><br />Alfabetizar e ensinar no século XXI são atividades que precisam receber novo tratamento, para atender ao modo de escrever que as novas tecnologias trazem. Hoje, alfabetizar apenas por meio do lápis e do papel é algo que pode levar a um atraso das gerações de camadas populares em relação às de classe média.<br /><br />A alfabetização precisa considerar que existe, além do grafite, o mouse, o pincel mágico e o teclado. A caligrafia, agora, envolve fontes, animação e cores. O número de gêneros textuais aumentou, com o surgimento de novos gêneros; cada um, requerendo uma maneira diferente de ser escrito: e-mail, torpedo, chat, MSN. Também os suportes se modificaram e apareceram novas interfaces, como a tela do celular.<br /><br />A pesquisadora fez um estudo sobre os livros didáticos (LDs), com relação ao que tinham a contribuir para o letramento digital do aluno e do professor. A conclusão foi de que os LDs têm muito pouco a contribuir para esse aspecto.<br /><br />Diante disso, várias questões foram postas: o que muda nos textos, na produção, na recepção? O ensino deve ser realizado de forma prescritiva ou levando-se em consideração a capacidade de escolha dos alunos? A internet na escola deve negar o acesso a determinados sites ou disponibilizar um acesso livre e irrestrito, como o que os alunos de classe média possuem em casa?<br /><br />Assim, é importante, nesse momento, uma formação moderna e inclusiva do professor.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong><br />Postado por Juliana.</strong></div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-62984587050806736852008-08-12T18:30:00.003-03:002008-08-12T18:36:52.185-03:00Letramento e Cultura escrita<p>Acontece, até amanhã, na Faculdade de Educação - FaE/UFMG -, o Segundo Colóquio Internacional sobre Letramento e Cultura escrita.</p><p>As conferências estão sendo gravadas e estarão disponíveis, em breve, no <em>site</em> do <a href="http://www.fae.ufmg.br/ceale">Ceale</a> - Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita. </p><p>Postado por Juliana.</p><p> </p><p> </p>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-64900550247136581882008-08-09T20:13:00.005-03:002008-08-09T20:48:58.869-03:00Sherazade<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1yz_tyfXGzTuU55uAMjuqPLVLahtEfNJAKv6s68dJ6OQXv79FHTDci46mLoMwlH57_ALSUp15aSta2fAT6OwQZIjLK0nwdHAT_xaCCyy6O016kSYCNjHhWz_W-ptCR0ehdhlTZWCNM9Lm/s1600-h/1796207541_b4df256aa2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5232663501567771938" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1yz_tyfXGzTuU55uAMjuqPLVLahtEfNJAKv6s68dJ6OQXv79FHTDci46mLoMwlH57_ALSUp15aSta2fAT6OwQZIjLK0nwdHAT_xaCCyy6O016kSYCNjHhWz_W-ptCR0ehdhlTZWCNM9Lm/s400/1796207541_b4df256aa2.jpg" border="0" /></a><br /><p align="justify">Sherazade, para escapar da morte, que vinha pela manhã, após cada noite de prazer que o rei desfrutava com as mulheres do reino, contou histórias a ele. Os contos eram envolventes e criativos, o que aguçava a curiosidade do ouvinte. Sherazade deixava o final de seus contos sempre em suspense. Assim, conseguiu evitar que o rei a sacrificasse, uma vez que ele esperava ansioso pela continuação da narrativa e pela próxima história.</p><p align="justify">Os contos do livro <em>As mil e uma noites</em> são estruturados como histórias em cadeia, em que cada conto termina com uma deixa que o liga ao seguinte (<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Mil_e_uma_Noites#Refer.C3.AAncias">Wikipedia</a>, 2008).<br />Assim é a obra <em>Sherazade</em> (2007), do artista Hilal Sami Hilal, nascido em Vitória, cidade onde seus trabalhos foram expostos, no Museu da Vale. Agora, <em>Sherazade</em> está na Galeria Arlinda Corrêa Lima, no Palácio das Artes, como parte da exposição <em>Biblioteca</em>.</p><p align="justify">Livros cujas páginas desembocam em outro livro, cujas páginas desembocam em outro livro, cujas páginas desembocam em outro... formam uma rede de interligações entre textos, entre informações. A obra lembra intertextualidade. A relação entre o que já foi registrado e o que ainda vai ser escrito.</p><p align="justify">Toda a cultura, incluindo a produção literária, dialoga com outro texto, relativizando a questão da autoria (Paulino, G.; Walty, I.; Cury, M. Z., 2005). Em <em>Sherazade</em>, a impressão é de que, o que uma pessoa leu, apareceu em outro livro e assim por diante. E a leitura, como a escrita, revelam-se atos coletivos, realizados por meio do repertório individual, formado por memórias, bagagem e trocas.<br /></p><p align="justify"><span style="font-size:85%;">Referências:<br /></span>PAULINO, Graça; WALTY, Ivete; CURY, Maria Zilda. <em>Intertextualidades</em>. São Paulo: Formato, 2005.<br /><br />________. <em>As Mil e uma Noites</em>. Disponível em:<br />< <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Mil_e_uma_Noites#Refer.C3.AAncias">http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Mil_e_uma_Noites#Refer.C3.AAncias</a>>. Acesso em: 09 de agosto de 2008.</p><br /><p align="justify"><strong>Postado por Juliana.</strong></p><br /><p align="justify"><br /></p>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-48804444000170480512008-08-07T10:45:00.005-03:002008-08-07T10:53:30.397-03:00MuralA Débora entrou em contato conosco para realizar uma parceria com o escrita, na Revisão de textos. Apresentamos, aqui, um <em>release </em>de outro trabalho oferecido por ela.<br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">ANÁLISE DOS LIVROS INDICADOS AO VESTIBULAR UFMG</span></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><br />Análise completa (com exercícios de múltipla escolha, discursivos e gabarito) das obras indicadas. Arquivo digital, em formato PDF, totalizando mais de 200 páginas. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">Autora: Débora Vieira, formada em Letras pela UFMG; professora da Associação Pré-UFMG e das redes Poliedro e COC. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">Valor: 10,00. Envio por e-mail após depósito em conta bancária. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">Informações: </span><a href="mailto:deboravieir@yahoo.com.br" target="_blank" rel="nofollow" ymailto="mailto:deboravieir@yahoo.com.br"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">deboravieir@yahoo.com.br</span></a></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">A autora também se disponibiliza a resolver, via e-mail, eventuais dúvidas dos alunos. </span></div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-9762189912635450392008-08-03T10:48:00.003-03:002008-08-13T14:18:35.756-03:00Palavras "démodée"<p align="justify">No dia em que meu avô me perguntou se eu iria para Belo Horizonte de garupa, achei engraçada essa expressão. Demorei alguns segundos para compreender o significado, mas logo “caiu a ficha”, certamente ele estranharia esse meu termo. É interessante notar a transformação do vocabulário de uma língua. Algumas palavras são usadas em determinadas épocas, já outras existem por um longo tempo.<br />A palavra casquete, originária do francês, parece ter sido empregada na nossa língua, um tempo atrás, para designar boné. Entretanto, se utilizarmos essa palavra numa conversa entre jovens, certamente alguns irão estranhá-la. Da mesma maneira, é engraçado ouvir se vamos encontrar nossos brotos, ou se vamos paquerar. Para quem nasceu na geração do “ficar”, essas antigas expressões nos dão uma idéia de pureza que destoam do vocabulário de nossos dias. Outra palavra que não é tão usual para a geração jovem é o termo “colosso”, que significa algo muito bom, espetacular.<br />É estranho pensar que daqui a alguns anos, expressões com que estamos habituados serão esquisitas para a futura geração. Frases como “Ele tem a manha” e termos como “falou” (no fim das conversas com o significado de “tchau”), assim como “véio”, usada nas conversas entre adolescentes com o significado de amigo, parece que não terão um tempo de uso muito longo.<br />Porém, pode ser que minha intuição esteja errada e uma criança chegue perto de mim e fale: Falou vovó! Nesse momento, espero que eu me lembre desse pequeno artigo.</p><p align="justify">Postado por Patrícia</p>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-40067076478333442702008-07-30T20:17:00.006-03:002008-08-02T18:15:27.750-03:00Letramento<div align="justify">Tive a honra de entrevistar a Professora Maria Zélia Versiani Machado, Doutora em Educação e professora da UFMG. Ela nos deu o prazer de ter em nosso blog respostas dela a três questões básicas sobre o assunto "Letramento Literário".<br />Leia a seguir e saiba um pouco mais a respeito.<br /><br />A Professora Zélia, como é mais conhecida na Universidade, coordena o Grupo de Pesquisas do Letramento Literário (GPELL), do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (<a href="http://www.fae.ufmg.br/Ceale">CEALE</a>), da FaE/UFMG.<br /><br /><br /><strong>Juliana-</strong> <strong>Qual a diferença entre Alfabetização e Letramento?</strong><br /><br /><strong>Prof. Zélia-</strong> A diferença entre alfabetização e letramento tem sido discutida no Brasil a partir do trabalho de Magda Soares, que sistematizou essa discussão no livro <em>Letramento: um tema em três gêneros</em>. Mas temos também valiosas contribuições de outros pesquisadores como Luiz Antônio Marcuschi, que, nesse contexto, tem focalizado sobretudo a oralidade e os gêneros textuais; Ângela Kleiman, que foi quem inaugurou aqui a discussão sobre a pesquisa em letramentos, entre outros autores. Em linhas gerais, podemos resumir essa diferença como uma necessidade. Distinguir alfabetização e letramento é necessário para que, por um lado, não se percam especificidades ligadas à apropriação da tecnologia da escrita – entendida como alfabetização –, e, por outro, a continuidade e manutenção de usos sociais da escrita e da leitura – o letramento. Segundo Magda Soares, processo iniciado antes mesmo do processo escolar de alfabetização, nas culturas letradas. É bom ressalvar que “cultura letrada” tem um sentido amplo que vai muito além da cultura que está nos livros. Ela quer dizer, de modo mais abrangente, “cultura da escrita”, que engloba todos os modos de interagir em sociedade por meio de textos escritos. Na nossa sociedade, o nascimento de um indivíduo deve ser comprovado por um registro escrito. Esse pequeno exemplo já é significativo do que estamos compreendendo como cultura escrita. Outro aspecto que não se deve perder de vista é que oralidade e escrita mantêm-se num contínuo e não separadas. Os gêneros orais e escritos que usamos integram-se numa rede de correspondências e trocas de acordo com as situações em que usamos a linguagem.<br /><br /><strong>Juliana- O que é Letramento Literário? Qual a importância da existência de um grupo de pesquisa, dentro da academia, sobre o Letramento Literário?</strong><br /><br /><strong>Prof. Zélia-</strong> O letramento literário – estado ou condição de quem faz usos da literatura – supõe um processo que pode se iniciar antes de se saber ler e escrever. Nas histórias, nos provérbios, nos ditos populares, nas adivinhas, nas parlendas, entre outros textos ficcionais e poéticos da oralidade, por meio de muitas vozes que não se restringem àquelas do universo familiar mais próximo. Na escola, com o aprendizado da leitura e da escrita, os impressos – livros, jornais, revistas e as telas como portadores de textos literários passam a fazer parte desse processo de letramento, dando mais autonomia ao leitor. A partir da alfabetização ele poderá interagir mais com a cultura escrita literária que o envolve. Ele passa a escolher o que quer ler, a indicar livros de que gostou. O trabalho dos professores, depois disso, continua a ser imprescindível no sentido de ampliar, a cada etapa da escolaridade, as experiências literárias de seus alunos.<br /><br />O termo ‘letramento literário’ foi usado pela primeira vez no Brasil por Graça Paulino, num trabalho encomendado para a ANPEd, na seqüência do trabalho de Magda Soares. Na época, o nosso grupo de pesquisa tinha o nome Grupo de Pesquisas de Literatura Infantil e Juvenil. Em seguida passamos a adotar o nome Grupo de Pesquisas do Letramento Literário – GPELL – pelo fato de, assim, integrarmos mais a literatura no contexto da cultura escrita às nossas discussões. Desta forma, a mudança de nome buscou destacar a importância da leitura literária, do leitor, da formação de leitores – professores e alunos –, da leitura literária na escola e em bibliotecas, etc. Como grupo de pesquisa do Ceale – Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita, da Faculdade de Educação (UFMG) – a opção pelo letramento literário afinava-se às ações do Centro, entre as quais aquela voltada para a formação de professores. A oportunidade de diálogo com professores da educação básica tem nos mostrado caminhos para levar a literatura para dentro da sala de aula. Sem esse contraponto, esse diálogo com o leitor-professor ou aluno, não estaríamos fazendo jus à designação letramento literário. A outra ponta – para quem e para onde vão os livros – nos interessa tanto quanto os “bons” livros da literatura. E sabemos que uma exigência para que ele chegue ao leitor é a de cumplicidade, uma cumplicidade que se alcança quando o professor é autor e ator do processo, quando partilha as suas leituras com seus alunos, com outros professores, com pesquisadores. Acreditamos que essa condição de autoria e de ser ator de suas ações mediadoras na sala de aula pode ser conquistada pelos professores em cursos de formação. Outra ênfase do Grupo, a da pesquisa, não tem perdido de vista essa perspectiva da formação de leitores. Acabei indo além do conceito. Inevitavelmente.<br /><br /><br />Postado por Juliana.</div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-21020412648427428322008-07-27T22:09:00.003-03:002008-07-27T22:14:56.085-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYjL6NcfFhGAfm58dDHObqCvYD7wq1olSkIuvo7YU5TJGLjemHVf5DoVih_tfVL41V3Yb65BKytyMeVDq9ZKR2rK5p-wJIzu5vN7m8e_YjkYPqftr1oMpPSBhGnkTqtI5axo3SgJ4ax0AP/s1600-h/116388300_4c1f1a162a.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYjL6NcfFhGAfm58dDHObqCvYD7wq1olSkIuvo7YU5TJGLjemHVf5DoVih_tfVL41V3Yb65BKytyMeVDq9ZKR2rK5p-wJIzu5vN7m8e_YjkYPqftr1oMpPSBhGnkTqtI5axo3SgJ4ax0AP/s400/116388300_4c1f1a162a.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5227866809412437090" /></a><br /><br /><strong>Graça</strong><br /><br />Alegre e triste<br />ao mesmo tempo<br />é possível<br />para uma mente <br />sensível<br />ao medo<br />à incerteza<br />à solidão<br />ao amor<br /><br />sofro profundo<br />e desejo morrer<br />então sei<br />que estou vivo<br /><br />e a luz que procurei<br />ao dançar<br />e olhar<br />como para o Sol<br /><br />apareceu<br />é que estou vivo<br />e posso<br />vê-la<br /><br />Postado por Juliana.escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-69685485248624428712008-07-12T17:24:00.002-03:002008-08-13T14:21:21.213-03:00ChicoO relógio já mostra 17:00 horas<br />Está na hora de ir embora<br />Realizou muitas tarefas<br />Às 06:00, tirou o leite das vacas<br />Levou-as para o pasto<br />Conferiu as que tinham parido<br />No cavalo, trouxe o bezerro nos braços<br />Retornou o gado ao curral<br />Tomou café e comeu bolo de fubá<br />Todo dia o mesmo serviço<br />Um contato intenso com a natureza e com os animais<br />Parece se comunicar melhor com estes do que com os homens<br />Amanhã, ele estará de volta<br />Cedinho, ele chega na sua moto<br />E faz o serviço serenamente<br />No ritmo das horas na fazenda<br />Aqui, as horas não seguem o passo frenético das cidades<br />O tempo vira aliado dos que sempre correm<br />E traz uma sensação boa<br />Parecida com a que Chico transmite<br /><br />Postado por Patríciaescritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-8408250528276132602008-07-09T20:22:00.002-03:002008-07-09T20:28:05.904-03:00CamaleãoHoje eu me lembrei de um filme do Woody Allen cujo título relaciona-se com a palavra “camaleão”. O protagonista do filme, interpretado pelo próprio Woody Allen, mudava o seu jeito de ser dependendo das pessoas que estavam ao seu redor. Se ele se aproximava de um cantor, ele adquiria a capacidade de cantar. Se ele ficasse perto de um físico, ele começava a falar de assuntos dessa disciplina. Ressalto que esses exemplos me surgiram no momento, mas acho que a idéia central era essa. Assim, esse filme retrata a transmissão de sentimentos e conhecimentos de uma pessoa para outra, de forma similar à osmose. No tocante à transferência de sentimentos, acho que a maioria das pessoas já presenciou isso. Afinal, quem nunca se sentiu triste após ficar perto de uma pessoa que não lhe traz coisas boas? Alguns indivíduos chamam isso de energia; apesar de ser um pouco resistente a essa terminologia, não conheço outra melhor. O engraçado é que uma pessoa pode passar ótimos sentimentos para alguém, e ao mesmo tempo, não transmitir nada de bom para outrem. É algo bem relativo. Além disso, esse sentimento pode vir “de graça”, sem necessidade de nenhuma ação ou fala negativa de alguém, a sensação surge espontaneamente. Outra questão refere-se ao fato de um indivíduo, em um momento, passar sensações maravilhosas. Mas, em outra ocasião, essa transmissão não ser tão boa, chegando a ser até dolorosa. Como somos vulneráveis à presença de outros indivíduos. Alguns nos trazem emoções maravilhosas como as que sentimos quando em contato com a natureza. Já outros, nos trazem sensações de total desconforto, sentimos totalmente fragilizados, parece que estamos longe de tudo, inclusive de nós mesmos. O ponto compensador é que podemos escolher nossas companhias, temos a liberdade de estar perto de quem realmente nos faz feliz. Dessa forma, o nosso ser-camaleão pode sugar as “coisas boas” das pessoas que nos fazem bem. Força suficiente para combater os momentos de fragilidade, que dentre outros motivos, podem ter sido acarretados por outros seres humanos.<br /><br />Postado por Patríciaescritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7616432839665523594.post-38595024943761186922008-07-03T14:14:00.006-03:002008-07-03T14:49:20.815-03:00Literatura infantil<div align="justify">A criança vive em um mundo à parte, o da imaginação. Ela cria amigos, brincadeiras, situações, tudo imaginário. Brincar faz parte da vida dela, é assim que ela se desenvolve, se relaciona, se expressa e aprende sobre diversas linguagens. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />O contato com a linguagem literária é um momento importante nessa fase da formação do ser humano. O indivíduo alfabetizado tem interesse em dar passos à frente da escola, saber ler palavras que não surgiram em sala de aula. A criança, então, tenta ler o que vê em letreiros de lojas, em <em>outdoors,</em> em revistas, em placas de sinalização, enfim, onde quer que perceba informação escrita. Quando o vocabulário lhe é estranho, aparecem as interrogações, afinal, ela deseja, também, traduzir o significado daquele som que as letras produziram. Assim, seu repertório se enriquece mais e mais. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />A produção brasileira de livros infantis é muito interessante. Editoras como a <em>Girafinha, CosacNaify, </em>entre tantas outras, lançam, todo ano, obras de qualidade, em várias categorias - como livros de imagem, poesia para criança e tradução infantil - cujos autores e ilustradores são artistas apaixonados pelo trabalho de escrever e ilustrar para esse público.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />Veja esta <a href="http://www.tigrealbino.com.br/">revista de poesia</a>, editada por Sérgio Caparelli, Maria da Glória Bordini e Regina Zilberman.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />Postado por Juliana.</div><div align="justify"></div>escritahttp://www.blogger.com/profile/05681623249150264118noreply@blogger.com1