A primeira vez que li Guimarães Rosa foi por indicação do Pedro, meu professor de Literatura na UFES. A grande mestra Ione já havia indicado Manuelzão e Miguilim na escola, mas eu nem liguei. Comecei, pois bem, na faculdade de Letras, com o conto Meu tio, o Iauaretê. Na primeira leitura tive a sensação de estar dinte de um texto em outra língua. Não era o meu Português. Uma leitura mais calma e atenta me fez perceber que eu lia o Português brasileiro, mas a linguagem era outra. Era diferente de todas as outras que eu já havia conhecido. Apresentei um trabalho sobre "Meu tio", fazendo até algum paralelo com Grande sertão: veredas, sem ter lido (até hoje) esta "Bíblia" do Gazu e de muitos outros pesquisadores. Depois, o segundo contato, três anos mais tarde. A convite do David, que me emprestou Primeiras Estórias, li Um moço muito branco. Não entendi nada. Li de novo. Não entendi. Li de novo. É a coisa mais bonita que eu já li. Esse feriado, voltei ao começo do livro, para lê-lo inteiro. Com o passar dos dias, vou amadurecendo e num desses, quem sabe, chego ao "calibre" de ler o Grande sertão: veredas. Queria lê-lo numa casa do lago, onde eu estivesse por uns meses, só com essa incumbência minha. Uma casa igual à daquele filme cujo nome eu esqueço. Ah! Simplesmente amor. Guimarães Rosa é bonito demais.
Postado por Juliana.
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Um comentário:
Segundo o próprio Guimarães, JU, a vida também é para ser "lida". Dentro de tal proposta, talvez se explique o porquê da sua escrita nos dar tanto "trabalho". Bom.. dito que é perante o obstáculo da leitura e na descoberta seus detalhes que o prazer no/do texto se renova, barthesianamente falando. Assim, transporto seus meus créditos ao Bith "Biggest" Claython pelos primeiros passos daquele que já foi um rebelde sem alça...
VALEU!!!
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