segunda-feira, 25 de maio de 2009

Despedida

Prezados leitores e clientes,

o escrita encerra hoje suas atividades.
Foi muito agradável escrever para postar no blog, buscar imagens, dar vasão ao que queríamos expressar e, de forma especial, foi gostoso proporcionar alguma informação.
Agradecemos a todos pela parceria e pelos bons momentos compartilhados!

Um grande abraço.

sábado, 11 de abril de 2009

Literatura adulta, público juvenil

Lidando com livros que concorrem à premiação anual da Fundação Nacional de Literatura infantil e juvenil - FNLIJ - que fica no Rio de Janeiro, percebo que há uma escassa produção de qualidade dirigida ao leitor juvenil. Muitos autores escrevem de forma superficial sobre o universo adolescente. Esse fato gera publicações que não levam em consideração uma complexidade de sentimentos, conflitos interiores e percepções subjetivas pelos quais a pessoa passa nesse período da vida.

A Literatura, vamos dizer assim, adulta, isto é, os clássicos, os cânones literários, por seu caráter atemporal e universal, possuem a capacidade de despertar curiosidades e provocar deleite ao leitor juvenil.

A série da TV Cultura mostra a viagem da protagonista pela ficção escrita. Em entrevista ao Abujamra (Programa Provocações, TV Cultura), a atriz disse que o que espera da vida e das pessoas é a AÇÃO. Que as pessoas interfiram no mundo utilizando as ferramentas adquiridas com o conhecimento e aproveitando todas as possibilidades de arte e mídia para que isso aconteça.

"Tudo o que é Sólido Pode Derreter é uma série juvenil que busca explorar de forma atraente e com muito bom humor o universo adolescente a partir do cotidiano de uma jovem, Thereza, que estuda na escola grandes obras da literatura de língua portuguesa, descobrindo e envolvendo-se com suas histórias.
Produzida pela Ioiô Filmes em parceria com a TV Cultura, a série é derivada do premiado curta-metragem de mesmo nome, dirigido por Rafael Gomes, que agora adapta a trama para uma construção dramatúrgica em capítulos.
O curta-metragem Tudo o que é sólido pode derreter é uma porta de entrada para o universo shakespeariano. Contando a história de uma garota de 15 anos que tem de estudar a peça Hamlet, de Shakespeare, justamente numa fase em que sua vida está em crise, o filme coloca numa mesma mistura, entre outros, a solidão e a angústia características da adolescência, a vida escolar e a dor da perda de um parente querido – tudo permeado pela descoberta de um clássico da literatura universal.
Assim, o curta acompanha a jornada de iniciação artística de uma garota inteligente e de vibrante vida interior. Conforme começa a compreender as inquietações do príncipe Hamlet, a protagonista passa a compartilhar de suas dores e, a partir delas, aprende a se fortalecer para a vida.
Tudo O Que É Sólido Pode Derreter, o filme, mostra como Hamlet pode dialogar com o público jovem da atualidade, traçando paralelos entre livro e vida e construindo uma crônica juvenil delicada e divertida, que mescla humor e drama para abordar o tema da transição para a idade adulta.
Tudo o Que É Sólido Pode Derreter, a série, visa adaptar essa premissa para uma construção dramatúrgica em capítulos. Terá a mesma jovem do filme como personagem fixa, descobrindo e envolvendo-se, a cada episódio, com uma obra importante da literatura de língua portuguesa, seja ela um romance, uma peça de teatro ou um poema.
Viajando por entre o O Auto da Barca do Inferno, Os Sermões, Os Lusíadas, Canção do Exílio, Senhora, Macário, Dom Casmurro, Ismália, Quadrilha, Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, Quem Casa Quer Casa, O Guardador de Rebanhos e Macunaíma, a série dialoga com o público jovem da atualidade, traçando paralelos entre livro e vida e construindo uma crônica juvenil delicada e divertida".

Postado por Juliana

sábado, 21 de março de 2009

Minhas queridas avós

O dia 31 de março é muito especial para mim, pois, nessa data, minhas duas avós nasceram. Apesar de não ser eu a aniversariante, esse dia me traz a sensação de que eu ganhei dois presentes.
Cada uma tem seu jeito. A vó Gláucia é bastante agitada, acorda cedinho, comanda tudo, tem o maior prazer em fazer as coisas. Se alguém da família está com problemas, ela se prontifica no mesmo momento para ajudar. Ela é a matriarca da família. Fala com o maior orgulho que se aposentou como cozinheira, e que vários de nossos parentes morreram em seus braços. Não cansa de obter funções, se isso for necessário para o bem-estar de seus familiares. Se o pai dela deixasse, ela teria feito engenharia. Nossa, aí que ninguém seguraria essa mulher...
Já a vó Livinha brilha em outras tarefas. Não conheço ninguém que se pareça com ela no tricô e no cuidado com as flores e plantas. Adora viajar, e tem até vivência internacional. Acha tudo baratinho e adora dar presentes aos outros. Esses dias, ela nos deu um susto com o tombo, mas agora ela já se recuperou e já tem planos para a próxima viagem.
Nesse momento em que escrevo, a vó Gláucia está na cozinha fazendo pé-de-moleque, e a vó Livinha está costurando no sol. Não podia ser diferente. Assim, sinto muito feliz nessa data. Agradeço por essa possibilidade de estar aqui com elas, nessa mesma casa, acordar e dormir perto dessas mulheres que transmitem tanta alegria e amor.

Postado por Patrícia. Julho de 2008 na Figueira

sexta-feira, 13 de março de 2009

Tecnologias

Em artigo publicado no periódico Educação e Sociedade, em 2002, a pesquisadora Magda Soares fala sobre letramentos (no plural), espaço de escrita e as mudanças que ocorrem quando se utilizam diferentes tecnologias de escrita e leitura. Tais mudanças são especialmente de ordem cognitiva e social.

"Todas as formas de escrita são espaciais, todas exigem um 'lugar' em que a escrita se inscreva/escreva, mas a cada tecnologia corresponde um espaço de escrita diferente.

[...] Em síntese, a tela, como novo espaço de escrita, traz significativas mudanças nas formas de interação entre escritor e leitor, entre escritor e texto, entre leitor e texto e até mesmo, mais amplamente, entre o ser humano e o conhecimento. Embora os estudos e pesquisas sobre os processos cognitivos envolvidos na escrita e na leitura de hipertextos sejam ainda poucos (ver, por exemplo, além das já citadas obras de Lévy, também Rouet, Levonen, Dillon e Spiro, 1996), a hipótese é de que essas mudanças tenham conseqüências sociais, cognitivas e discursivas, e estejam, assim, configurando um letramento digital, isto é, um certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição – do letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel. Para alguns autores, os processos cognitivos inerentes a esse letramento digital reaproximam o ser humano de seus esquemas mentais.

[...] Pode-se concluir que a tela como espaço de escrita e de leitura traz não apenas novas formas de acesso à informação, mas também novos processos cognitivos, novas formas de conhecimento, novas maneiras de ler e de escrever, enfim, um novo letramento, isto é, um novo estado ou condição para aqueles que exercem práticas de escrita e de leitura na tela (SOARES, 2002)".

SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, v. 23, n.81, Dec. 2002.

Postado por Juliana

domingo, 8 de março de 2009

O ouvinte


Nem todos os livros possuem versões em braille para que o deficiente visual possa fazer sua leitura individual ou em voz alta, para amigos ouvintes, alfabetizados ou não. Assim, o audiolivro torna-se um "achado" porque permite que o livro seja conhecido por todos os ouvintes.

Para saber mais, LibriVox.


Postado por Juliana

quinta-feira, 5 de março de 2009

Contos na Paraíba

E indico o blog do Alfredo, que, desde fevereiro, escreve um conto por semana. "Gabriel e uns tantos demônios" proporciona o deleite com a linguagem e o encontro com um personagem que é de uma introspecção especial ou, talvez, mais comum do que possamos imaginar.
"Bondade infinita" é o segundo e mais novo conto postado. Sugere o paradoxo.

Postado por Juliana

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Humanidade diversa


Humanidade diversa

O planeta Terra, mundo da espécie humana, possui espaços geográficos gelados, quase desabitados; tropicais, ricos em biodiversidade; espaços hoje em desenvolvimento, do ponto de vista econômico, outros bastante avançados, em que o risco social inexiste e tantos espaços ainda passando por sérias dificuldades geradas ao longo da História.

O poder, ou melhor, o fascínio, o desejo pelo poder, frequentemente tomou parte na desconstrução da identidade cultural dos povos. Nações com maior estrutura bélica (capacidade técnica) tomavam para si o direito de subjugar e ditar seus costumes, sua religião, sua organização política, seus valores e sua língua.

A língua é um sistema de códigos que funciona segundo uma estrutura determinada. Mas não é apenas isso. A língua é um organismo vivo, em estado permanente de mudanças, extremamente flexível e suscetível a influências externas, às quais se adapta facilmente. A comunidade de falantes, ao mesmo tempo em que mantém os traços originais de sua língua materna, decide se as mudanças serão ou não incorporadas. Isso ocorre de acordo com diversos fatores, levados em conta pela comunidade no momento de aceitar a mudança.

Mesmo os estrangeirismos, aqueles termos “importados” de outras línguas e incorporados quando não existe a palavra em língua vernácula – bem, às vezes, são utilizados desnecessariamente, fugindo a esse propósito! – sofrem adaptação de modo a tornarem-se mais eufônicos, com maior harmonia sonora.

No Brasil, houve uma enorme imigração desde a chegada portuguesa. O país recebeu pessoas de todo o mundo: espanhóis, italianos, alemães, árabes, africanos, japoneses etc. A biodiversidade foi “povoada” pela diversidade sócio-cultural. Cada povo trazia sua identidade: a sua língua.

Cada região brasileira possui seus costumes peculiares, mesmo que não sejam tão conhecidos quanto os da Bahia, por exemplo. Dentro de um mesmo estado, podemos encontrar vários dialetos, como é o caso de Minas Gerais. Na divisa entre os estados, a transição é muito interessante e o sotaque identifica a origem do indivíduo enquanto sugere o contato com a vizinhança.

O movimento dos brasileiros pelos estados, em busca de oportunidades de trabalho, como conseqüência deste, atrás de tranqüilidade ou por inúmeras razões, faz com que as tradições locais sejam partilhadas.

Não há nenhum desejo de poder que possa fazer com que a diversidade encontrada na variante brasileira da língua portuguesa seja aniquilada. Há tentativas. Já no ano de 2009, é algo entristecedor a forma com que empresas poderosas como emissoras de tv produzem a padronização da língua falada, mostrando desrespeito à bagagem cultural de seus recursos humanos e de seus clientes ou seu imenso público que lhe dá audiência, pessoas, muitas vezes, despreparadas para receberem um “choque de gestão”, o que provoca insegurança no falante nativo no momento de se expressar em sua própria língua.

A Lingüística é um campo de estudos das ciências humanas que envolve o conhecimento da origem das línguas (Lingüística Histórica), da linguagem e de suas relações com a Sociologia, Antropologia; o mundo das representações, da Semiótica (Sociolingüística) e os aspectos estruturais particulares (Lingüística dura ou hard). A Linguística se preocupa com o diverso, com a língua em uso, viva, utilizada pelo ser humano e, desta forma, em constante movimento. Não comporta regras e é livre de preconceitos.

A partir de amanhã, dia da posse de Barack Obama, eu desejo, fortemente, que o poder seja utilizado para restabelecer nos povos a auto-estima retirada durante tantos anos de “americanização” do mundo, em que as comidas típicas, as roupas, as festas, a música, o cinema, enfim, foram tomados, pelo mundo afora, cedendo lugar à comida, à roupa, à cultura provenientes de uma única nação.

Eu espero ver uma pessoa da Colômbia respeitando e sendo respeitada na Sibéria;da mesma forma, uma do Ceará e outra de Porto Alegre, mas jamais moldando seu modo de falar motivada por imposições de onde quer que seja. Porque não existe quem “fala errado”, uma vez que todos conhecem e sabem a sua língua-mãe.

A linguagem escrita segue, sim, certas normas, mas ao utilizá-la, dispomos de maiores condições para o registro (como: pessoas por perto a quem recorrer, manuais de gramática normativa, internet, dicionários impressos ou eletrônicos, obras de autores consagrados) e, durante o ato de redigir, como dispomos de mais tempo para estabelecer a comunicação, podemos alterar o texto sempre que convier.

A linguagem falada é uma experiência única, não há como voltar no tempo e desfazê-la e isso até seria uma tolice, afinal, é deliciosa a naturalidade, a originalidade e a riqueza encontradas na fala, tão cheia de misturas, de lugares, de ligações interpessoais, aliados ao “tom” de cada um, à personalidade de cada pessoa.

Que essa mudança venha, a da alegria a que todos têm direito, de expressar suas idéias em seu próprio dialeto e cumprir seu objetivo: o de contribuir.

Postado por Juliana.